Os Estados Unidos estão batendo seguidos recordes de produção de petróleo e gás antes mesmo de eventual governo de Donald Trump. O republicano transformou o "fura, baby, fura" em seu mote de campanha, mas o pico da produção está se dando no governo de Joe Biden.
Os EUA já são hoje o maior exportador de gás natural do mundo e o quarto maior exportador de petróleo.
Te podría interesar
De acordo com dados consolidados da agência de informação sobre energia, EIA, em 2023 os Estados Unidos produziram 12,9 milhões de barris de petróleo por dia, mais que a Rússia (10,1) e a Arábia Saudita (9,7). O Brasil apareceu em oitavo lugar, com 3,4 milhões de barris/dia.
A produção de gás deu um salto de 4% no mesmo ano, com os EUA ocupando mercados que antes eram da Rússia, sob embargo parcial desde que invadiu a Ucrânia em 2022.
Consumo massivo
Apesar da decadência econômica relativa, os estadunidenses ainda consomem 75 mil quilowatts/hora por pessoa por ano de energia, uma enormidade. É mais que o dobro do consumo dos chineses (33). No Brasil, são 16 mil kw/hora por pessoa por ano. As principais fontes nos EUA são o petróleo e o gás.
A proposta econômica de Trump tem como objetivo baratear os custos da energia no país, derrubar a inflação, transformar os EUA nos maiores exportadores de petróleo e reanimar a indústria automobilística tradicional.
Ele ataca os cataventos que geram energia eólica como muito barulhentos e um perigo para os pássaros. Diz que a produção de baterias para veículos elétricos consome muita energia e que os veículos não tem autonomia.
Meta em risco
Recentemente, o New York Times publicou uma reportagem baseada em dados de satélite segundo os quais os EUA continuam emitindo metano na atmosfera em grande quantidade, resultado do aumento da produção de gás e petróleo.
Principal responsável pelo aquecimento global, o metano produzido por atividade humana resulta de vazamentos e do chamado "flaring", a queima de subprodutos da produção de petróleo.
Em 2015, no acordo de Paris, líderes mundiais concordaram em limitar em 1,5 grau celsius, até 2030, o aumento da temperatura global em relação à era pré-industrial. A meta foi estabelecida pelo IPCC (Painel Intergovernamental da Mudança do Clima), das Nações Unidas.
Ambientalistas consideram que ela corre alto risco por questões políticas e econômicas. Na COP 29, que acontece em novembro no Azerbaijão, a esperança é de que a China se junte aos 158 países que assinaram o acordo para limitar as emissões de metano.
O carvão ainda é a principal fonte de energia da China, o que resulta em alta emissão de metano.
De acordo com distintas fontes de medição, 2023 foi o ano com as temperaturas mais altas na superfície do solo e dos mares desde o início da era industrial. O Copernicus Mudança Climática, um serviço europeu, estimou a temperatura em 1,48 grau acima da média de longo prazo.