MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Radiação atingirá risco extremo em SP; temperatura despenca, mas subirá novamente

Radiação ultravioleta chegará ao máximo e pode causar queimaduras na pele. Ministério da Saúde orienta aumentar ingestão de água, se abrigar em locais frescos e ficar longe dos focos de queimadas

Sol em meio à fumaça em foto captada em São Paulo no dia 13 de setembro.Créditos: Paulo Pinto / Agência Brasil
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O caos provocado pelas mudanças climáticas e as queimadas no Brasil elevará a radiação ao risco extremo na cidade de São Paulo, que viu a temperatura despencar da casa de 35ºC para 17ºC registrados neste domingo (15).

Segundo o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), ligado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), após a queda neste domingo, a temperatura volta a subir durante a semana.

Na quinta-feira (19), os termômetros voltarão à casa dos 35ºC na capital e os paulistanos ficarão expostos ao índice 11 de radiação ultravioleta, último patamar da medição que é considerado extremo pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O IUV, que pode variar de zero a 11, mede a intensidade dos raios ultravioleta que podem causar queimaduras na pele e danos aos olhos, entre outros problemas de saúde. Segundo a previsão, o índice permanece no ponto mais alto pelo menos até sexta-feira.

A poluição do ar é um dos fatores que, ao afetar a camada de ozônio, oportuniza que mais radiação UV chegue à terra. Além da emissão de poluentes, a população sofre com a fumaça provocada por incêndios florestais, a baixa umidade do ar e a onda de calor. 

Emergência

Na sexta-feira (13), a ministra da Saúde, Nísia Trindade, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) fizeram uma reunião de emergência para definir ações contra as queimadas, que motivou o fechamento de 81 unidades de conservação no estado.

Técnicos da Secretaria de Atenção Especializada em Saúde (Saes) do Ministério da Saúde estiveram na região de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, para elaboração de planos de ação para atendimento da população que sofreu com a alta de incêndios nas últimas semanas.

“A Força Nacional do SUS está mobilizada para ações que se façam necessárias em apoio ao atendimento à população. Tanto o Ministério da Saúde quanto o Ministério do Meio Ambiente têm a palavra prevenção como chave. Iremos trabalhar junto com o Governo de São Paulo e com outros governos para ações mais estruturantes para o plano de adaptação, mitigação e mesmo de transformação na linha que o presidente Lula vem externando”, disse Nísia.

Impactos na saúde

De acordo com o Informe Queimadas da Semana Epidemiológica 36, São Paulo é a cidade com a maior população exposta para os municípios que apresentaram pelo menos dois dias consecutivos de violações do padrão diário de qualidade do ar, seguido por Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Manaus. O estado paulista como um todo é um dos que mais tem sofrido com o tempo seco, principalmente no período da tarde, o que aumenta o risco para incêndios florestais. 

Entre outras medidas, o Ministério da Saúde recomenda aos gestores reforçar a atuação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA); garantir a oferta de pontos de hidratação e nebulização; e monitorar a qualidade da água e do ar.

Para a população, as orientações são aumentar a ingestão de água potável; ficar abrigado em locais mais frescos; evitar atividades físicas em áreas abertas e ficar longe dos focos de queimadas.

Confira outras recomendações: 

  • Aumentar a ingestão de água potável e procurar locais mais frescos;
  • Evitar atividades físicas em áreas abertas;
  • Evitar ficar próximo dos focos de queimadas;
  • Pessoas com comorbidades, crianças, gestantes e idosos são mais vulneráveis aos efeitos à saúde decorrentes da exposição à poluição do ar e ao calor extremo e precisam de cuidados maiores e manutenção de consultas em dia;
  • Em caso de sintomas de náuseas, vômitos, febres, falta de ar, tontura, confusão mental ou dores intensas de cabeça, no peito ou abdômen, buscar atendimento médico. 

Pausa no calor

Na manhã deste domingo, o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da Prefeitura de São Paulo registrou média de 17º C na capital.

egundo a equipe de meteorologia do CGE da Prefeitura de São Paulo, os ventos passam a soprar de sul e sudeste e transportando a umidade do oceano para a Grande São Paulo, o que causa muita nebulosidade e favorece a ocorrência de garoa e chuviscos, que devem se alternar com períodos de melhoria ao longo do dia. 

Estas condições devem aliviar significativamente o tempo seco dos últimos dias, elevando os índices de umidade, melhorando a qualidade do ar e amenizando o calor. 

No entanto, a  Defesa Civil Municipal mantém toda a cidade em estado de Atenção para altas temperaturas. Alerta-se ainda que as condições meteorológicas seguem dificultando a dispersão de poluentes, além de favorecer a formação e propagação de queimadas, o que prejudica a qualidade do ar.

Os dados do CGE ainda mostram que setembro registrou até o momento apenas 0,2mm de chuva, o que corresponde a 0,3% dos 68,5mm esperados para o mês. 

A segunda-feira (16) deve apresentar chuvas fracas e garoa, que ocorrem alternadas com períodos de melhoria no decorrer do dia.
 

Com informações da Agência Brasil, Ministério da Saúde e CGE-SP