A cidade de São Paulo registrou, de agosto até a primeira semana de setembro, 76 mortes em decorrência de síndrome respiratória aguda grave (SRAG). Ao todo, segundo dados da secretaria municipal de Saúde divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo, foram registrada 1.523 notificações do problema de saúde no período.
As notificações e mortes por SRAG ocorrem justamente no momento em que a capital paulista é tomada por fumaça de queimadas e incêndios florestais que atingem várias regiões do país.
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A fumaça das queimadas pode contribuir para o aumento de casos de problemas respiratórios, devido à presença de partículas finas e gases tóxicos, como monóxido de carbono, dióxido de enxofre e óxidos de nitrogênio, que irritam as vias respiratórias e os pulmões.
Em indivíduos vulneráveis, como crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias pré-existentes, a exposição a essa fumaça tende a agravar essas condições, podendo, em casos mais graves, levar ao desenvolvimento da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), uma inflamação severa nos pulmões que dificulta a respiração e pode exigir hospitalização. Além disso, a poluição causada pelas queimadas compromete a qualidade do ar, aumentando o risco de infecções respiratórias graves, como a pneumonia.
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Na última semana, o Ministério da Saúde divulgou uma lista de recomendações à população para reduzir a exposição às partículas resultantes das queimadas.
Confira:
- Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.
- Permaneça em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado. Quando possível, busque ambientes com ar condicionado e filtros de ar para reduzir a exposição.
- Mantenha portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa.
- Evite atividades físicas ao ar livre durante este período do ano.
- Não consuma alimentos, bebidas ou medicamentos que tenham sido expostos a detritos de queima ou cinzas.
- Utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa. No entanto, a recomendação prioritária é permanecer em locais fechados e protegidos da fumaça.
Grupos de Risco:
Crianças menores de 5 anos, idosos e gestantes devem ter atenção redobrada às recomendações acima. É crucial estar atento a sintomas respiratórios ou outras complicações de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível. Para adultos e idosos, há um aumento do risco de eventos cardiovasculares e respiratórios combinados.
Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou imunológicos devem:
- Buscar atendimento médico imediatamente na ocorrência de sintomas.
- Manter medicamentos e itens prescritos sempre disponíveis para o caso de crises agudas.
- Avaliar a possibilidade e segurança de se afastar temporariamente da área impactada.
São Paulo registra o pior ar do mundo
Dados divulgados pela agência suíça IQAIR mostram que a cidade de São Paulo tem o ar mais poluído do mundo nesta segunda-feira (9). O instituto mede a qualidade do ar em tempo real em cerca de 100 grandes cidades de todo o planeta.
O índice divulgado pela IQAIR para cada grande cidade é a mediana do indicador de todas as estações naquele município em um momento específico. Os números são atualizados a cada hora. No relatório fechado às 12h desta segunda-feira, a cidade de São Paulo liderava com o pior ar, seguida de Lahore, no Paquistão, e de Kinshasa, na República Democrática do Congo.
São seis níveis para a qualidade do ar utilizados pelo IQAIR: Bom, Moderado, Não Saudável para Grupos Sensíveis, Não Saudável, Muito Não Saudável e Perigoso.
As cidades de São Paulo e Lahore foram classificadas com o ar não saudável para suas populações.
O IQAIR é uma empresa suíça de tecnologia que capacita indivíduos, organizações e governos a atuarem para melhorar a qualidade do ar por meio de informações e colaboração.
Os principais motivos que levaram a cidade de São Paulo a registrar o pior ar do mundo foram as temperaturas elevadas, a umidade relativa do ar baixa e a fumaça decorrente dos incêndios.
Brasil terá nova onda de calor com temperaturas acima dos 40°C
A primeira semana de setembro já foi marcada por altas temperaturas e baixa umidade, e esse quadro deve permanecer na semana que começa, pois a massa de ar seco e quente sobre o Brasil vai se intensificar. O Norte e o Sul do Brasil devem registrar temperaturas acima dos 40 graus.
O Sudeste e o Centro-Oeste do Brasil também vão enfrentar altas temperaturas. Segundo o MetSul, o calor excessivo vai se concentrar entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, com máximas acima dos 40 graus. Cuiabá também deve registrar altas temperaturas, entre 40°C e 44°C.
No estado de São Paulo, o calor também será intenso e mais sentido no interior, com máximas acima de 35°C graus. Em algumas cidades, os termômetros podem ficar perto dos 40°C.
A capital paulista também terá uma semana com intenso calor, com as máximas perto de 35°C. Na quarta (11), quinta (12) e sexta (13), devem ser registradas temperaturas entre 35°C e 37°C. Em alguns pontos da cidade, a temperatura pode ser ainda mais alta.
O Rio de Janeiro também terá uma semana de muito calor, mas o calor excessivo ocorrerá entre quinta e sexta-feira, com máximas de 40°C.