O Brasil é disparado o maior exportador de água embutida nos produtos que abastecem o mercado mundial, segundo o Atlas Mundial da Seca, lançado durante a COP16 da Convenção das Nações Unidas para combate à Desertificação, que vai até 13 de dezembro na Arábia Saudita.
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O Brasil exporta anualmente ao menos 50 bilhões de metros cúbicos de água, ou seja, o equivalente a 20 bilhões de piscinas olímpicas padrão, já considerada a diferença entre exportação/importação.
Os principais destinos da água brasileira são a China e a União Europeia.
Depois do Brasil, os maiores exportadores são os Estados Unidos, Índia, Indonésia e Argentina.
Estados Unidos, Japão, Alemanha, China e Itália são os maiores importadores de "água virtual".
Exportação de carnes
De acordo com o Atlas, a liderança tem a ver com os produtos exportados pelo Brasil, como a carne bovina, que consome 15.458 litros de água por quilo produzido.
A carne suína e de frango também consomem grandes quantidades de água, respectivamente 5.988 e 4.325 litros.
O Atlas sugere que a oferta mundial de alimentos mesmo fora da estação pode causar problemas:
O apetite global por alimentos com uma demanda muito alta de água, como carne bovina ou nozes, pode levar ao uso insustentável de água em uma região e piorar o estresse hídrico. O comércio internacional fomentou e facilitou esse apetite, tornando esses produtos disponíveis e acessíveis em quase qualquer lugar do mundo.
O Brasil tem água em abundância, mas não em todo o território, com destaque para regiões do Nordeste onde avança a desertificação.
Diz o Atlas:
É muito preocupante que muitos países com estresse hídrico de médio a extremamente alto também usem uma fração importante de sua água disponível para agricultura, causando vulnerabilidade à seca e à aridificação.