De Baku, Azerbaijão -- A segunda e decisiva semana da COP29 começou com advertências de que o evento pode terminar com um fracasso histórico, sem resultado nas discussões mais importantes.
A sessão desta tarde em Baku foi marcada por discursos lamentando a falta de consenso.
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Os países em desenvolvimento denunciaram sucessivamente o impasse, do Grupo de 77+China, agora presidido pela Uganda, até as ilhas Samoa.
As ilhas do Pacífico estão na linha de frente da combatividade, por serem potencialmente as que mais serão afetadas pela prevista alta do nível dos oceanos.
Os discursos denunciaram que as negociações não progridem nas questões do financiamento, de como ele se daria e da transferência de tecnologia -- o que é um pressuposto para que os países pobres possam bancar a transição energética e enfrentar a emergência climática.
Desde o Acordo de Paris, ficou estabelecido que os países ricos pagariam a conta da destruição ambiental, o que está longe de acontecer.
O evento acontece sob a sombra da eleição de Donald Trump, que pretende retirar os EUA mais uma vez do Acordo, no que pode ser seguido pela Argentina de Javier Milei.
Numa das falas mais aplaudidas hoje, uma representante da sociedade civil denunciou a presença de lobistas da indústria de petróleo e gás na reunião e disse que o mundo tem dinheiro para promover guerras, mas não para a emergência do clima:
Desinvistam do genocídio, invistam no clima.
Cadê o dinheiro?
De acordo com a agência Associated Press, não há acordo na meta de financiamento de U$ 1 trilhão anuais. A COP29 foi batizada de "cúpula do financiamento".
O dinheiro seria usado para cumprir a meta de evitar que o mundo supere um aumento de temperatura de 1,5 grau em relação ao período pré-industrial.
O secretário-executivo do evento, Simon Stiell, ciente do que se passa nos bastidores, advertiu hoje:
Blefe e jogadas de negociação consomem um tempo precioso e esgotam a boa vontade necessária para um pacote ambicioso.
A situação chegou a tal ponto que o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, que está participando da reunião do G20 no Rio, fez um apelo aos líderes das maiores economias para 'resgatar' o evento de Baku:
Um resultado bem-sucedido na COP29 ainda está ao alcance, mas exigirá liderança e compromisso, nomeadamente por parte dos países do G20.