Um projeto financiado pela empresa francesa Lhyfe em conjunto à Universidade de Estocolmo e à empresa filandesa Flexens, especializada na geração de energia limpa, quer salvar o Mar Báltico da "asfixia" que ameaça seu ecossistema.
Cercado por nove países, o Mar Báltico, ao norte do continente europeu, está sob ameaça de se transformar em "deserto ecológico" caso seus níveis de oxigênio não sejam normalizados, dizem pesquisadores da Universidade de Estocolmo.
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De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), a falta de oxigenação do ambiente marinho do Báltico pode estar associada ao processo eutrofização, que ocorre quando a poluição de corpos d'água causa o crescimento de microrganismos consumidores de oxigênio, além das mudanças avistas na temperatura média da água, associadas ao aquecimento global.
Ambos os processos causariam a degradação das algas que regulam os níveis de oxigênio do corpo marinho.
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Durante um experimento de um ano na costa oeste da França, a Lhyfe conseguiu gerar hidrogênio usando turbinas eólicas offshore. Agora, no projeto BOxHy, o oxigênio gasoso, um subproduto desse processo, seria injetado nas águas do Báltico em profundidade (técnica já aplicada antes para salvar lagos de água doce nos Estados Unidos).
Isso significa que, ao invés de simplesmente liberar o oxigênio no ar, o BOxHy planeja injetá-lo nas águas profundas, onde os níveis estão mais baixos.
O estudo está para o projeto está na fase dois, que deve começar no ano que vem e investigar condições da aplicação (a análise pode durar aproximadamente seis anos).
A injeção de oxigênio no fundo do mar precisa ser bem administrada: é importante saber a quantidade exata e em que ritmo deve ser aplicada, além de estudar os possíveis impactos da ação no ambiente natural do mar. O projeto inteiro pode levar até 30 anos para ser plenamente realizado, de acordo com o presidente da Lhyfe.
O BOxHy conta com o apoio das Nações Unidas e deve obter o oxigênio para o projeto a partir do hidrogênio gerado por turbinas eólicas — e esse, por sua vez, também será destinado a projetos de descarbonização em terra.