CRISE CLIMÁTICA

VÍDEO – Enchentes no Acre afetam 17 municípios e 11 mil pessoas deixam suas casas

Pelo menos 23 comunidades indígenas estão alagadas; O DSEI do Alto Rio Juruá é uma das áreas mais afetadas, onde há comunidades incomunicáveis que não entram na contagem oficial

Enchentes no Acre - 26/02/2024.Créditos: Reprodução/X
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

Mais de 11 mil pessoas tiveram de deixar suas casas após as enchentes que atingem 17 municípios do Acre nesta segunda-feira (26). No domingo (25) foi publicado um decreto no Diário Oficial da União (DOU) que reconhece a situação de emergência na região afetada.

Entre os 11 mil afetados, 5578 estão desabrigados e vão precisar de novas moradias. Outras 5703 pessoas foram desalojadas, ou seja, tiveram de deixar temporariamente seus lares por estarem em áreas de risco.

Em Rio Branco, na capital do estado, cerca de 30 bairros foram afetados com as cheias dos igarapés Dias Martins, São Francisco e Batista. As águas estão em média 2 metros acima do nível máximo de transbordo estabelecido em 14 metros. A capital apresenta 274 desalojados e 481 desabrigados.

Já a cidade de Jordão é a mais afetada com 80% da sua área urbana alagada e conta com metade dos afetados no Estado, cerca de 5 mil pessoas. Até um hospital precisou ser desativado e os pacientes transladados a um prédio da secretaria de assistência social por conta da cheia do Rio Tarauacá. A prefeitura declarou estado de calamidade.

Em Assis Brasil, outro município acriano, 340 pessoas estão desabrigadas e 125 desalojadas. Em Brasiléia, o transborde dos rios está na ordem de 14 metros, 2,5 acima dos níveis máximos de transbordo.

A cidade de Epitaciolândia tem 1010 desabrigados, 750 desalojados e 3 bairros fortemente atingidos pelas enchentes. E em Xapuri, terra de Chico Mendes, o nível de transbordo está um metro acima da cota máxima de transbordo.

Comunidades indígenas

Pelo menos 23 comunidades indígenas estão alagadas de acordo com dados pelo governo estadual no último domingo (25). O área coberta pelo DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) do Alto Rio Juruá é uma das mais afetadas, onde há comunidades incomunicáveis que não entram na contagem oficial por falta de informações.

De acordo com Isaac Piyãko, coordenador do DSEI Alto Rio Juruá, ainda não é possível mensurar o tamanho da destruição nas comunidades. No entanto, ele confirmou ao g1 que todas as aldeias foram atingidas.

Até agora foram confirmados 395 indígenas atingidos das etnias Jaminawa, Kaxarari, Huni Kuni e Manchineri. Segundo a Organização dos Povos Indígenas do Rio Juruá (Opirj), a Aldeia Apiwtxa, na Terra Indígena o Rio Amônia, é uma das mais alagadas.

Diante da situação, o governo estadual anunciou uma força tarefa para atender aos indígenas. Populações de áreas afetadas estão em parte montando acampamentos em áreas mais altas, enquanto outros são levados para abrigos montados em escolas, creches e outros equipamentos públicos. O Exército, presente no município de Marechal Thaumaturgo, irá às áreas altas para dar auxílio aos indígenas.

Na postagem a seguir é possível ver imagens das aldeias afetadas.

 

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