As áreas protegidas da Amazônia, como terras indígenas e unidades de conservação, registraram, em 2023, o menor índice de desmatamento em nove anos, segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados nesta segunda-feira (22).
Em 2022, foram desmatados 1.431 km² de floresta. Já em 2023, essa área caiu para 386 km², representando uma queda de 73%, quase quatro vezes menos.
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Essa redução foi maior do que a queda geral de desmatamento, que passou de 0.573 km² em 2022 para 4.030 km² em 2023, um decréscimo de 62%. De janeiro a dezembro do ano passado, a taxa geral de desmatamento também registrou queda histórica, atingido o menor nível em cinco anos, desde 2018.
“Essa redução expressiva do desmatamento em áreas protegidas é muito positiva, pois são territórios que precisam ter prioridade nas ações de combate à derrubada. Isso porque, na maioria das vezes, a devastação dentro de terras indígenas e unidades de conservação significa invasões ilegais que levam a conflitos com os povos e comunidades tradicionais que residem nesses territórios”, afirma o pesquisador Carlos Souza Jr., coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.
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O instituto, no entanto, alerta que apesar dos avanços, a Amazônia continua sendo intensamente devastada. Em 2023, a área desmatada representou a derrubada de cerca de 1,1 mil campos de futebol por dia, sendo superior ao registrado de 2008 a 2017, desde que o instituto criou o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD).
Souza alerta para alguns territórios que precisam de ações urgentes em 2024, entre eles, a Terra Indígena Igarapé Lage, em Rondônia, onde o desmatamento cresceu 300%, passando de 2 km² em 2022 para 8 km² em 2023, uma área equivalente a 800 campos de futebol.
As Terras Indígenas Waimiri Atroari e Yanomami, localizadas na divida do Amazonas com Roraima, também devem ser o foco de ações neste ano, segundo o pesquisador. O desmatamento em Waimiri Atroar passou de 1 km² em 2022 para 4 km² em 2023. Na TI Yanomami, a devastação passou de 2 km² em 2022 para 5 km² em 2023.
A Terra Indígena Apyterewa, onde se registrou a maior área destruída dentro de um território indígena, teve 13 km² desmatado. Ainda assim, o local teve uma redução de 85% na devastação, pois em 2022 havia perdido 88 km² de floresta.