As chuvas do último fim de semana impactaram diretamente mais de 15 mil pessoas. Nove mil pessoas ainda estão desalojadas, enquanto outras 300 encontram-se desabrigadas. Até o momento, não foi realizado um estudo dos danos estruturais causados pela enxurrada nas cidades. Os municípios de Belford Roxo, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Mesquita, Nilópolis e Rio de Janeiro foram reconhecidos pelo governo federal como "em situação de emergência".
A medida visa simplificar o acesso a recursos federais para compras emergenciais, dispensando a necessidade de licitação. De acordo com as projeções do governo estadual, entre 25 mil a 30 mil famílias estão na lista para receber o Cartão Recomeçar, que consiste em uma parcela única de R$ 3 mil. Esses recursos são exclusivamente direcionados para a aquisição de eletrodomésticos, móveis e materiais de construção.
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Em intervalos cada vez menores, chuvas mais fortes
De acordo com um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), divulgado recentemente no programa CBN Rio da Rádio CBN, o estado enfrentou prejuízos materiais de R$ 2,9 bilhões ao longo de cinco anos (2019-2023) devido às chuvas, efeito das mudanças climáticas e do racismo ambiental. Além disso, vai englobar gastos públicos e privados. O aspecto mais grave é o número de vidas perdidas, a maioria negra, totalizando 316.
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Um total de 3,8 milhões de pessoas, o que representa mais de 20% da população total, foram impactadas de diversas maneiras pelos temporais: desde vítimas fatais ou pessoas que perderam suas residências ou até trabalhadores que enfrentaram desafios para retornar aos seus lares no momento dos temporais.
Não é econômico lidar com os danos, é preciso agir antes
Os prejuízos de R$ 2,9 bilhões, por exemplo, representam quase três vezes o valor estimado para as obras de contenção contra o transbordamento do Rio Acari, localizado na Zona Norte, um projeto desejado pela prefeitura que, no entanto, depende de recursos federais. Os dados sobre os impactos das chuvas em todo o país devem ser compilados pela CNM até março.
Essas informações serão utilizadas pelos prefeitos para apresentar demandas à União, buscando investimentos em infraestrutura. Os prejuízos decorrentes da perda de moradias ou danos às residências resultaram em um prejuízo acumulado de R$ 1,1 bilhão em recursos privados.
O cálculo dos prejuízos
A confederação esclareceu que realiza estimativas com base em uma variedade de dados coletados de fontes, principalmente órgãos públicos. Quanto aos prejuízos econômicos, o primeiro diz respeito aos custos públicos com obras emergenciais, incluindo a contenção de encostas, pagamento de horas extras para garis, mobilização de equipamentos para remoção de entulho e outros serviços.
Durante o período estudado, essas despesas totalizaram R$ 786,5 milhões. O ponto mais alto de gastos foi registrado em 2022, durante as trágicas chuvas que resultaram em 241 mortes em Petrópolis. A segunda parte da pesquisa calculou em R$ 988,4 milhões as perdas do setor privado decorrentes das chuvas. A CNM geralmente coleta esses dados junto às prefeituras e associações comerciais locais.
Essa estimativa leva em consideração o faturamento médio do comércio local, o período em que permaneceu fechado devido a alagamentos nas proximidades e se o proprietário teve ou não que repor as mercadorias para retomar as vendas. E em 2022, as perdas foram mais significativas, em torno de R$ 706 milhões.
*Com informações do O Globo