Embora o nome "círculo de fadas" atice a curiosidade das pessoas, esse fenômeno da natureza aparece em biomas áridos ao redor do planeta e possui características bastante individuais: são formas circulares no solo que ficam rodeadas por plantas.
Os desertos das regiões da Namíbia, na África meridional, e na Austrália ocidental, eram locais onde os círculos de fadas apareciam com frequência, embora os cientistas não soubessem identificar a origem de tal fenômeno.
Te podría interesar
No entanto, um estudo reuniu os padrões encontrados nessas formas naturais e as analisou com ajuda da inteligência artificial. O resultado foi surpreendente: essas figuras foram identificadas em mais três continentes distintos, espalhadas por mais de 15 países.
“O nosso estudo fornece evidências de que os círculos de fadas são muito mais comuns do que se pensava anteriormente, o que nos permitiu, pela primeira vez, compreender globalmente os fatores que afetam a sua distribuição”, destaca em nota Manuel Delgado Baquerizo, líder do Laboratório de Biodiversidade e Funcionamento de Ecossistemas(BioFunLab) do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha (CSIC)
Uma pesquisa sobre o assunto, chefiada por Baquerizo, foi publicada na última segunda-feira (25) no periódico Proceeding of the National Academhy Sciences.
O método de análise também contou com um banco de dados com imagens de satélite. As hipóteses de estudos anteriores dão conta de que a origem da formação desses círculos é ocasionada por cupins e, posteriormente, pelo nascimento natural de vegetação ao redor.
Os estudiosos também detectaram que as superfícies que os círculos de fadas se encontram costumam possuir altos níveis de areia, baixo nível de nutrientes, localizadas em locais de altas temperaturas e precipitação média ou inferior a 200 mm ao ano.
"O uso massivo de águas subterrâneas em áreas áridas de todo o mundo, incluindo desertos, pode perturbar estas formações", explica Jaime Martínez-Valderrama, coautor do estudo e membro da Estação Experimental de Zonas Áridas do CSIC