O plano do Japão de liberar no mar águas residuais da usina nuclear de Fukushima, danificada pelo tsunami de 2011, tem enfrentado críticas e preocupações, mesmo após receber o aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). Embora a AIEA tenha afirmado que o projeto atende aos padrões internacionais de segurança, alguns especialistas e grupos ambientalistas questionam a eficácia do processo de tratamento das águas residuais e alertam para possíveis impactos na saúde humana e na vida marinha.
Após o desastre de Fukushima, a empresa Tepco tem bombeado água para resfriar os reatores nucleares, resultando em água contaminada diária que passa por tratamento e é armazenada em tanques gigantescos. Com mais de 1 milhão de toneladas de águas residuais tratadas acumuladas, o Japão argumenta que o armazenamento a longo prazo não é uma solução sustentável. Portanto, o plano é liberar gradualmente essas águas no Oceano Pacífico ao longo de 30 anos.
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A Tepco utiliza o Sistema Avançado de Processamento de Líquidos para filtrar as águas residuais de Fukushima, reduzindo a maioria das substâncias radioativas a padrões de segurança aceitáveis. No entanto, substâncias como trítio e carbono-14, formas radioativas de hidrogênio e carbono, são difíceis de serem separadas da água. Essas substâncias emitem baixos níveis de radiação, mas podem representar riscos se consumidas em grandes quantidades.
A Tepco, o governo japonês e alguns cientistas afirmam que as águas residuais tratadas terão um impacto insignificante na saúde humana e no meio ambiente. Alegam que os níveis de trítio e carbono-14 são muito mais seguros do que os exigidos pelas regras de descarte de resíduos nucleares ou pela Organização Mundial da Saúde. No entanto, críticos, incluindo a ONG Greenpeace, levantam preocupações sobre a eficácia do processo de tratamento e seus efeitos na saúde e vida marinha. Além disso, alertam para a possibilidade de acidentes e a falta de capacidade de remover material contaminado caso ocorra um vazamento.
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A China exigiu que o Japão chegue a um acordo com outros países e instituições internacionais antes de liberar as águas residuais no mar, acusando-o de violar obrigações morais e legais. A Coreia do Sul também expressou preocupações e realizou protestos, mas autoridades sul-coreanas aliviaram suas preocupações, enquanto grande parte da população permanece contrária ao plano. As tensões regionais e a situação geopolítica contribuem para a complexidade do debate.
O plano do Japão de liberar águas residuais da usina nuclear de Fukushima no mar continua gerando controvérsias e preocupações. Embora a AIEA tenha dado seu aval ao projeto, críticos questionam a eficácia do processo de tratamento e alertam para possíveis impactos na saúde humana e na vida marinha. As posições dos países vizinhos e as tensões regionais também adicionam complexidade ao debate. É necessário um equilíbrio entre as preocupações ambientais e de segurança, juntamente com um diálogo aberto e uma análise cuidadosa das informações científicas disponíveis, para se chegar a uma solução adequada e aceitável para todas as partes envolvidas.
Com informações da BBC.