CHINA EM FOCO

China é contra plano do Japão de despejar águas contaminada de Fukushima

Diplomacia chinesa informa que o país não concorda com o plano nipônico de despejar águas residuais radioativas da usina nuclear danificada no Oceano Pacífico.

Créditos: Getty Images - Usina Hidrelétrica de Fukushima
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O embaixador da China no Japão, Wu Jiang Hao, se posicionou contra o plano do Japão de despejar águas residuais radioativas da usina nuclear danificada de Fukushima no Oceano Pacífico.

Wu Jianghao, disse que a descarga de água contaminada de Fukushima está relacionada à saúde dos cidadãos de todos os países, ao ambiente marinho global e aos interesses internacionais comuns.

Ele pediu à parte nipônica para tomar uma atitude mais seria sobre as preocupações legítimas e razoáveis dentro e fora do país, cumprir as obrigações decorrentes do direito internacional e adotar uma atitude responsável em relação à saúde de toda a humanidade e das gerações futuras, revogar a decisão errônea de descarregar no mar e aceitar uma supervisão internacional.

Segundo o embaixador chinês, a descarga de água contaminada de Fukushima carece de uma legitimidade, a parte japonesa não desenvolveu uma consulta profunda com as partes interessadas nos países vizinhos e tomou uma decisão unilateral de descarregar no mar, que não é a única opção nem a solução de descarte mais segura e otimizada.

O embaixador chinês considera o plano do Japão como uma violação à lei internacional. Para ele, o relatório da Agência Internacional de Energia Atômica não é uma permissão para o Japão despejar a água contaminada, o relatório não prova a legitimidade e legalidade da descarga marítima, nem pode isentar o Japão de suas responsabilidades morais e obrigações legais internacionais. Ele espera que o lado japonês possa tomar medidas preventivas para minimizar os riscos para o meio ambiente.

Discurso na ONU

A China urgiu o cancelamento de planos do Japão também em discurso discursar durante a 53ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, realizada na terça.

Um diplomata chinês deixou clara a posição solene do país sobre a questão do lançamento forçado de água contaminada pela planta nuclear no mar pelo Japão.

O representante chinês apontou que a opção japonesa devido ao custo econômico é uma transferência de riscos de contaminação nuclear a toda a humanidade, e vai causar problemas severos ao ambiente marinho global e à saúde pública, além de resultar em problemas de deslocados de pessoas de envergadura ainda maior. Em razão disso, a comunidade internacional deve dedicar grande atenção à situação.

A China destacou que as ações do Japão violam a justiça e sua responsabilidade internacional, contrariando as obrigações assumidas pelo país no âmbito da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e da Convenção sobre Prevenção da Poluição Marinha por Alijamento de Resíduos e Outras Matérias (Convenção de Londres).

O representante chinês apelou, ainda, para que o Japão, em articulação com a Agência Internacional de Energia Atômica, estabelecesse o mais brevemente possível um mecanismo de monitoramento internacional de longo prazo com a participação das partes interessadas, incluindo os países vizinhos.

Entenda

O Japão decidiu retomar o despejo da água utilizada para resfriar a usina de Fukushima diretamente no oceano. Apesar de conter césio e outros radionuclídeos, a água passará por um processo de filtragem antes de ser lançada ao mar.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão nuclear da ONU, endossou essa prática na terça-feira (4). No entanto, o plano tem sido contestado por grupos de vários países da região, especialmente pelos pescadores, que estão preocupados com o impacto na reputação dos peixes da região.

Os responsáveis pela usina de Fukushima afirmam que a água não trará consequências para a saúde humana nem para os animais.

A AIEA confirmou que o lançamento da água conforme planejado atualmente terá um impacto radiológico insignificante nas pessoas e no meio ambiente.

O Japão buscou o apoio da AIEA para dar credibilidade ao plano. Especialistas da agência da ONU e de 11 nações realizaram várias visitas ao Japão desde o início de 2022 para examinar os preparativos do governo e da operadora da usina, a Tokyo Electric Power Company Holdings.

Alguns cientistas afirmam que o impacto da exposição prolongada e de baixa dose a radionuclídeos ainda é desconhecido e pedem um adiamento na liberação. Outros afirmam que o plano é seguro, mas solicitam mais transparência na coleta de amostras e no monitoramento.

Um grande terremoto e um tsunami ocorridos em 11 de março de 2011 causaram a destruição dos sistemas de resfriamento da usina nuclear de Fukushima Daiichi, resultando no derretimento de três reatores e no contínuo vazamento de água contaminada.

Com informações da Rádio China Internacional