Cientistas recentemente desvendaram um intrigante capítulo na história do campo magnético da Terra, revelando uma mudança significativa ocorrida há cerca de 3 mil anos. A descoberta, resultado da análise de tijolos de argila fabricados na antiga Mesopotâmia, oferece percepções valiosas sobre a intensidade do campo magnético terrestre no período entre 1.050 e 550 antes de Cristo.
O campo magnético da Terra, muitas vezes considerado uma "bolha protetora", é gerado no núcleo do planeta, uma massa de alta temperatura composta, principalmente, de ferro e níquel. A parte externa do núcleo é líquida, enquanto a interna é sólida. É a movimentação dessa massa metálica líquida que gera o campo magnético terrestre.
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O fenômeno descoberto pelos cientistas envolveu um rápido e intenso fortalecimento do campo magnético, ocorrendo ao longo de algumas décadas. Matthew Howland, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, explicou em uma entrevista a CNN que a análise de tijolos de argila e cerâmica, feitos pelo homem, tornou-se crucial para entender as variações do campo magnético ao longo do tempo, especialmente em períodos onde a análise de rochas não é viável.
Por que o campo magnético é importante?
O campo magnético terrestre desempenha um papel vital na proteção da Terra contra a radiação solar. Ele atua como um escudo, desviando partículas carregadas do vento solar e impedindo que essas partículas atinjam a atmosfera terrestre. Sem essa proteção, a radiação solar poderia danificar a camada de ozônio e ter efeitos adversos na vida na Terra.
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Possíveis consequências de uma falha no campo magnético
Embora uma falha completa no campo magnético seja improvável, os cientistas têm estudado os possíveis cenários catastróficos associados a uma diminuição significativa de sua intensidade. Entre as potenciais consequências estão:
Exposição à radiação solar: Com o campo magnético enfraquecido, a Terra seria mais suscetível à radiação solar. Isso poderia aumentar os riscos de câncer devido à exposição direta a níveis mais elevados de radiação.
Impacto nas comunicações: A interferência magnética poderia afetar satélites e sistemas de comunicação, levando a interrupções em redes de telefonia e internet, além de comprometer a navegação por GPS.
Riscos à vida marinha: Algumas espécies marinhas, como baleias e golfinhos, utilizam o campo magnético da Terra para navegação. Uma falha significativa poderia desorientar esses animais, afetando seus padrões de migração e comportamento.
Auroras fora de controle: As auroras, geralmente confinadas às regiões polares devido ao campo magnético, poderiam tornar-se visíveis em latitudes mais baixas, proporcionando um espetáculo magnífico, mas indicando mudanças significativas no campo magnético.
Os cientistas alertam que, embora os cenários de catástrofe sejam teóricos, a compreensão contínua das mudanças no campo magnético é crucial para prever e mitigar possíveis impactos. O estudo dos tijolos mesopotâmicos fornece uma peça valiosa do quebra-cabeça, possibilitando uma visão fundamental dos eventos que moldaram o campo magnético da Terra ao longo dos séculos.