SAÚDE

Bayer é condenada em US$ 1 bi por agrotóxico que causa câncer

Governo Bolsonaro liberou 2 mil agrotóxicos em 4 anos, inclusive alternativas perigosas ao produto da Bayer

Bayer é condenada em mais de R$ 6 bi por uso de glifosatoCréditos: Rawpixel
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A Bayer foi condenada a pagar uma indenização de US$ 1,6 bilhão (ou R$ 7,8 bi) para quatro pacientes que sofreram com câncer em decorrência do uso de glifosato em suas fazendas.

O processo corre no estado de Missouri. Ainda cabe recurso para a empresa química alemã. O caso evidencia os perigos do glifosato, agrotóxico permitido no Brasil, e de outras substâncias utilizadas como "defensores agrícolas".

"Diferentemente dos processos anteriores, os tribunais têm, nos casos recentes, permitido indevidamente que os demandantes apresentem de forma deturpada os fatos regulamentares e científicos", afirma a empresa.

Em 2020, a Bayer anunciou que direcionou mais de US$ 10 bilhões de dólares para encerrar aproximadamente cerca de 95 mil processos nos EUA relacionados ao herbicida.

O caso envolve o Roundup, um agrotóxico que usa como base o glifosato. Segundo a Agência Internacional Para a Pesquisa do Câncer, um órgão da Organização Mundial da Saúde, a substância é um agente potencialmente causador de câncer, mais precisamente o linfoma Non-Hodgkin.

Bolsonarismo, Europa e Bayer

Ao longo dos quatro anos do governo Bolsonaro, o Ministério da Agricultura liberou mais de 2 mil agrotóxicos e pesticidas, o que prejudica a qualidade da nossa alimentação e coloca em risco a vida dos agricultores.

Segundo o estudo "Lucrando com Veneno - o lobby das empresas de agrotóxico da União Europeia no Brasil", coordenado pelos pesquisadores Audrey Changoe e Larissa Mies Bombardi, publicado no ano de 2022, mostra que Bayer/Monsanto e BASF, líderes na fabricação de agrotóxicos na Europa, agiram pela liberação de pesticidas no Brasil. 

Além disso, as empresas também são apoiadoras do acordo de livre-comércio entre o Mercosul e a União Europeia para expansão de seus mercados na América Latina.