Ricardo Salles: PF vê indícios de documentos falsos e “lavagem” de produtos florestais

Relatório observa “possível grave esquema de conluio entre agentes públicos brasileiros e particulares” no Brasil e nos EUA, com o objetivo de legalizar madeiras nacionais retidas em portos norte-americanos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

A Polícia Federal (PF) realizou uma perícia, referente à Operação Akuanduba, que teve entre os principais alvos Ricardo Salles e Eduardo Bim, respectivamente ex-ministro do Meio Ambiente e presidente afastado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O relatório apontou que há indícios de “lavagem” de produtos florestais, por intermédio da utilização de documentos falsos.

A perícia foi realizada a partir de informações conseguidas junto ao Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos Estados Unidos (equivalente ao Ibama) e indica um “possível grave esquema de conluio entre agentes públicos brasileiros e particulares” no Brasil e nos Estados Unidos, com o objetivo de legalizar madeiras nacionais retidas em portos norte-americanos.

De acordo com a PF, a análise “demonstrou que a origem dos produtos florestais que foram exportados por meio do contêiner TCNU7091944 apresentou DOFs [Documento de Origem Florestal] emitidos mais de oito meses após o final dos sinais de exploração florestal detectados em imagens de satélite”. 

“Se por um lado, a presente investigação versa sobre diversos crimes, inclusive funcionais, dúvida não há de que os produtos florestais apreendidos pelas autoridades norte-americanas ou são oriundos, em sua maior parte, de áreas de concessão florestal no interior da Florestal Nacional de Altamira, ou foram extraídos de outras áreas, provavelmente próximas, mas legalizados por meio de documentos ideologicamente falsos dessas mesmas concessões”, diz trecho do relatório.

Os crimes

Além de Salles e Bim, a Operação Akuanduba investiga mais ocupantes de cargos de confiança no Ibama e no Ministério do Meio Ambiente.

Os agentes apuram crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação ao contrabando.

Com informações do G1