Os tentáculos do Planalto chegaram ao delegado da Polícia Federal (PF), Franco Perazzoni, que chefiou a operação de buscas em endereços de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente. Ele foi dispensado da função de chefe da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros do Distrito Federal, de acordo com informações da coluna de Bela Megale, em O Globo.
A operação liderada pelo delegado, chamada de Akuanduba, investiga se Salles atuou em favor de madeireiros que exportaram matéria-prima ilegalmente. Apesar da decisão, Perazzoni segue à frente das apurações envolvendo Salles. No entanto, não deixa de ser uma tentativa de intimidação.
A troca de função do delegado foi encarada pela maioria de seus pares como represália pela investigação contra Salles. A decisão de tirar Perazzoni da chefia teria sido da própria Superintendência do Distrito Federal e não da direção-geral da PF.
Antecedente
Essa estratégia não é novidade quanto se refere ao ministro do Meio Ambiente. Um dia depois de apresentar notícia-crime contra Salles no Supremo Tribunal Federal (STF), o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, foi afastado dessa função e transferido para Volta Redonda (RJ).