Torcer para um time de futebol faz parte da identidade brasileira. É ato de paixão e direito de todas as pessoas. Mas, em um ambiente historicamente machista e homofóbico como é o do futebol, nem sempre o respeito à diversidade é garantido. Um dos xingamentos mais comuns dirigidos aos adversários por torcedores preconceituosos, principalmente homofóbicos, é o de “viado”.
A presença nos estádios, os jogos em si, a participação nos clubes e até mesmo a prática do esporte ainda é vista como “coisa de macho”. Muitos gays, lésbicas e pessoas trans evitam se expressar ou marcar presença coletiva e organizadamente nos estádios.
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Mas, aos poucos, o cenário começa a mudar. O Palmeiras, por exemplo, agora além da torcida organizada de esquerda, os Porcomunas, conta também com um coletivo LGBT, o Porcoíris, que atua principalmente na internet.
Já os torcedores LGBT do Vitória, da Bahia, se reúnem no Orgulho Rubro Negro, que mobiliza e é referência para torcida, na arquibancada e inclusive tem relação com a diretoria do Clube.
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O Corinthians conta com a Fiel LGBT, o Cruzeiro com as Marias de Minas - que defende a redemocratização das arquibancadas - e o São Paulo com o Tricolor LGBT. Já o Vasco LGBQIAP+ não se identifica como uma torcida organizada, mas sim como um coletivo de combate à homofobia e apoio aos vascaínos da comunidade.
Muitas vezes o objetivo dos grupos é dar mais segurança aos LGBT nos estádios, enfrentando ameaças e violências.
Segundo Wesley Francisco, da torcida antifascista Brigada Marighella e membro da Orgulho Rubro Negro LGBT do Vitória: “o estádio e o jogo são espaços de disputa sim e passam por transformações importantes, do mesmo jeito que a sociedade no geral; precisamos combater a exclusão de gays, lésbicas e sobretudo de pessoas trans - que dificilmente vão aos estádios.”
Flamengo, São Paulo, Coritiba, Bahia, Santos, Fortaleza entre outros são alguns dos grandes times que contam com coletivos LGBT+.
Em dezembro de 2024 aconteceu em São Paulo o Encontro de Torcidas Canarinho LGBT.