Após cerca de 30 homens serem flagrados em atos sexuais no Arpoador, o debate sobre sexo em locais públicos tem movimentado as redes sociais. Embora, no Brasil, essa prática seja tipificada como "ato obsceno" e passível de punição, há países que permitem ou toleram o comportamento em determinados contextos.
Um exemplo é a Holanda, conhecida por seu liberalismo sexual. Desde 2008, o sexo em espaços públicos como parques e praças é explicitamente tolerado em Amsterdã, sob algumas condições específicas. A cidade também adota políticas relacionadas ao cruising, uma prática que envolve encontros sexuais em locais públicos, especialmente entre homens.
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No Vondelpark, um dos parques mais famosos da cidade, inaugurado em 1865 e considerado patrimônio nacional, o sexo em público é permitido desde que algumas regras sejam seguidas. A prática não pode ocorrer próxima a áreas infantis ou locais com grande concentração de crianças. Além disso, os resíduos, como camisinhas, devem ser descartados corretamente, e a atividade só pode acontecer à noite, sem causar incômodo aos mais de 10 milhões de visitantes anuais.
Já no parque Oeverlanden, a regulamentação é ainda mais explícita. O local, que figura em guias turísticos de Amsterdã, possui placas sinalizando as áreas onde a prática é permitida.
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Sexo público como política pública?
Para Jen Roberton, planejadora urbana de Toronto, é essencial debater seriamente o tema. Segundo a urbanista, os parques devem atender a todos os públicos, incluindo homens que fazem sexo com homens (HSH). Ela argumenta que medidas como as adotadas no Vondelpark protegem os direitos de toda a comunidade, organizando o espaço público de maneira inclusiva e respeitosa.
Em entrevista ao Quartz, Roberton afirmou que a forma como casos polêmicos são tratados merece atenção. "O que ocorre frequentemente é que pessoas fora das normas sociais acabam excluídas das decisões sobre os espaços públicos. Isso vale para homens que fazem sexo em público, mas também para pessoas em situação de vulnerabilidade, como moradores de rua", destacou.
Controvérsia no Canadá
O tema também gerou controvérsias em Toronto, Canadá. Em 2016, uma operação policial no Parque Marie Curtis, na foz do Etobicoke Creek, gerou críticas após reprimir praticantes de cruising. A ação, que durou seis semanas, contou com policiais à paisana e resultou em 89 acusações contra 72 pessoas, majoritariamente homens.