Em decisão ultraconservadora, a Suprema Corte da Rússia definiu, nesta quinta-feira (30), o “movimento internacional LGBT e suas filiais" como “extremistas” e proibiu qualquer manifestação no país.
A decisão foi do juiz Oleg Nefedov, atendendo a um pedido do Ministério da Justiça.
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A proibição faz parte de um pacote de medidas contra a comunidade LGBT+, com quem a Rússia tem um histórico de violações de direitos. Em dezembro de 2022, o presidente Vladmir Putin afirmou que “o Ocidente pode adotar tendências bastante estranhas, a meu ver, novas, como dezenas de gêneros e paradas gays, mas não tem o direito de impô-las a outros países”. Naquele mesmo mês, o país aprovou uma lei que proíbe a "propaganda de relações sexuais não tradicionais", ou seja, manifestação de afeto público entre pessoas homossexuais.
Já em junho deste ano, foi aprovada uma lei que proíbe mudança de sexo, além do reconhecimento de gênero em documentos.
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A Rússia é acusada pela Organização das Nações Unidas (ONU) de ajudar a manter, na Chechênia, um campo de concentração LGBT. De acordo com especialistas ouvidos pelo órgão, pessoas que tentam fugir têm seus documentos destruídos e familiares ameaçados. Em 2020, foi lançado o documentário “Bem-vindo à Chechênia: por dentro da guerra mortal da república russa contra os gays”, denunciando tais práticas.
As acusações, no entanto, seguem há anos sem resolução, já que a Rússia nega a existência dos campos e dificulta a investigações de órgãos exteriores.