Depois de ser proibido em 14 países, o desenho "Lightyear", um spin-off da franquia "Toy Story", recebeu um alerta de "ideologia de gênero" de uma rede de cinemas no Peru, a Cineplanet.
Antes de comprar o ingresso, aparecia a seguinte mensagem: "A história de Buzz Lightyear, o herói que inspirou o brinquedo, e que nos apresenta o lendário Space Ranger que conquistou gerações de fãs, contém cenas com ideologia de gênero".
O alerta para o conteúdo do desenho gerou repercussão negativa entre os frequentadores e também com ativistas dos direitos humanos. "Rechaçamos as expressões homofóbicas e desnecessárias do Cineplanet. Consideramos positivo que os filmes infantis mostrem a diversidade que somos e normalizem o amor em todas as suas formas", declarou a organização feminista Demus.
Após a repercussão negativa, a rede de cinemas voltou atrás em sua decisão e retirou o alerta que aparecia antes da compra do ingresso. Em comunicado, a Cineplanet declarou que foi um equívoco publicar o aviso de "ideologia de gênero".
"Lightyear" é proibido em 14 países
Além da polêmica com a rede de cinemas do Peru, o desenho "Lightyear" foi proibido em mais de 10 países.
De acordo com informações da revista Variety, a Pixar, que faz parte do conglomerado de produtoras da Disney, não submeteu o desenho à censura da Arábia Saudita, pois, sabe que lá tal produção não seria aprovada pela censura. Dessa maneira, a produção foi submetida a uma primeira triagem no Emirados Árabes Unidos. Resultado: 14 países do Oriente Médio e da Ásia e, além dos mencionados, Indonésia, Egito e Líbano proibiram a exibição do longa animado.
Outro país que costuma editar cenas ou censurar produções LGBTQIA+, a China - um dos maiores mercados cinematográficos do mundo -, manteve o lançamento de "Lightyear", que acontece nesta sexta-feira (17), na sua integralidade.
Censura interna
O desenho "Lightyear" já foi alvo, antes mesmo de ser lançado, de censura, mas por parte de executivos da Disney quando, há três meses funcionários denunciaram a retirada da cena de beijo lésbico e tornaram pública a informação de que a gigante das animações apoiava financeiramente a lei "Don't say gay", que censura conteúdo LGBT nas escolas da Flórida e foi sancionada pelo governo de extrema direita Ron DeSantis (Republicano).
À época, a Pixar se manifestou publicamente contra a censura LGBTfóbica em torno de "Lightyear" e o CEO da Disney, Bob Chapek, foi afastado.
Após pressão popular e de ameaças de boicotes, a Disney voltou atrás em sua decisão de retirar afetos LGBT de suas produções como um todo.
Com informações do Splash, no UOL.