Após o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), assumir em entrevista que é homossexual, o nome da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), passou a ser lembrado por políticos e internautas, visto que a mídia deu grande destaque para a revelação do tucano, enquanto a petista é a primeira governadora assumidamente lésbica do país.
Nesta quinta-feira (2), Fátima foi às redes sociais para comentar o assunto e prestar apoio ao mandatário gaúcho. "Na minha vida pública ou privada nunca existiram armários. Sempre demarquei minhas posições através da minha atuação política, sem jamais me omitir na luta contra o machismo, o racismo, a LGBTfobia e qualquer outro tipo de opressão e de violência", escreveu.
"O governador Eduardo Leite fez um gesto importante e tem minha solidariedade por ataques que venha a sofrer em razão de sua declaração. Eu sei o que é a dor da discriminação e do preconceito", afirmou ainda.
Segundo a governadora, seus mandatos "sempre estiveram à disposição das lutas civilizatórias". Ela também afirma ter "orgulho de sempre ter representado essa luta e consciência de que, mais do que nossa condição humana, importa à sociedade as nossas ações para transformar o mundo em um lugar melhor para viver com justiça, dignidade, e direitos iguais para todas e todos".
Confira.
Jean Wyllys critica cobertura da mídia
Em uma sequência de tuites na madrugada desta sexta-feira (2), Jean Wyllys criticou duramente a “peça de propaganda política” feita “imprensa comercial de direita” sobre o anúncio do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que assumiu ser gay durante entrevista no programa de Pedro Bial, na Globo.
Gabriel Galli: Eduardo Leite é um governador gay e um gay governador, não dá pra separar
“Que destaque foi dado por essa mesma imprensa ao fato de Fátima Bezerra (PT-RN), governadora do RN e aliada desde sempre da comunidade LGBTQ, ser lésbica? Nenhum. Mas decidem fazer uma festa com o outing tardio do governador, feito sob medida num programa da TV Globo”, criticou.
Jean Wyllys ressalta ainda o fato de que Bial, em nenhum momento, indagou Leite sobre o apoio a Jair Bolsonaro – “um racista homofóbico” – nas eleições de 2018.
“Não se questiona esse sujeito em nenhum momento por que ele apoiou explícita e alegremente um racista homofóbico que atua contra a comunidade. Apenas se elogia o sujeito”.
O ex-deputado, que deixou o mandato e o Brasil por sofrer ataques constantes do clã Bolsonaro, ainda criticou a divulgação de um card feito pela Folha de S.Paulo nas redes sociais, que destaca ainda uma comparação com o ex-presidente dos EUA, Barack Obama, feita pelo próprio governador gaúcho.
“Vejam como a imprensa comercial de direita gosta de destacar frases de efeito que, embora aparentemente afirmativas, no fundo são negativas e reforçam o estigma e a negação da identidade. Como não ver com crítica essa saída do armário? E essa comparação com Obama?”.