Em entrevista ao jornalista Pedro Bial que vai ao ar na madrugada desta sexta-feira (2), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), assumiu - pela primeira vez de maneira pública - que é homossexual.
"Eu nunca falei sobre um assunto que eu quero trazer pra ti no programa, que tem a ver com a minha vida privada e que não era um assunto até aqui porque se deveria debater mais o que a gente pode fazer na política, e não exatamente o que a gente é ou deixa de ser", disse o tucano.
"Nesse Brasil com pouca integridade nesse momento, a gente precisa debater o que se é. Pra que fique claro e não se tenha nada a esconder. Eu sou gay. E sou um governador gay, e não um gay governador, tanto quanto Obama nos Estados Unidos não foi um negro presidente, foi um presidente negro. E tenho orgulho disso", afirmou ainda.
Assista ao trecho.
Homofobia
Leite, que é pré-candidato à presidência pelo PSDB e vai disputar prévias internas no partido, sofre constantemente ataques homofóbicos por parte de bolsonaristas.
Em março deste ano, por exemplo, o mandatário estadual protocolou no Ministério Público do RS uma representação contra o ex-presidente do PTB, Roberto Jefferson, por injúria e homofobia. Jefferson, que aderiu ao bolsonarismo recentemente, já é alvo de outras ações pelo mesmo motivo.
O bolsonarista, em entrevista, chamou Leite de “viado” e “calcinha cor-de-rosa” para criticar as medidas de restrição decretadas pelo governador para conter o avanço da pandemia do coronavírus.
Já no começo de junho, o presidente Jair Bolsonaro criticou o tucano com uma fala de tom homofóbico. "O que eu sei é que o MP (Ministério Público) pediu o destino do dinheiro, mas tem governador que não encaminhou ainda. Não vou falar que ele fez mau uso do dinheiro, pode ter enfiado em outro lugar, pode ser legal, mas o dinheiro era para a saúde", disparou o titular do Planalto em conversa com apoiadores.