Primeira sessão da Câmara de SP é marcada por ataques transfóbicos de vereadora bolsonarista

Sonaira Fernandes afirmou que há uma agenda globalista em curso que tem por objetivo "feminilizar o homem e masculinizar as mulheres"

Foto: reprodução Facebook
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Ontem a Câmara Municipal de São Paulo abriu os trabalho de 2021 e a sessão inaugural foi marcada por falas transfóbicas da vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos).

Com a presença das vereadoras transexuais Erika Hilton (PSOL) e de Thammy Miranda (PL), Fernandes afirmou que "a cada dia que passa, a agenda globalista quer demoralizar a figura do homem. Essa agenda pretende feminilizar o homem e masculinizar as mulheres".

Erika Hilton pediu a palavra e respondeu os ataques Sonaira Fernandes. "Fui pega de surpresa com um ataque tão vexatório e desequilibrado na primeira sessão. Já sabia que aconteceria, pois é dessa forma que esses grupos de direita que vivem de espetacularização da política, mas não na primeira sessão".

"Achei que foi um ataque a nós, sim, pois éramos os corpos trans que estavam lá, mas mais que isso, a toda a comunidade LGBT. Achei a vereadora desequilibrada emocionalmente, não estava preparada, reproduziu a lógia bolsonarista", disse Hilton.

Em seu perfil nas redes sociais, Hilton também comentou e afirmou que a "cis-generidade está surtada".

"Esse mundo está muito louco, de ponta cabeça, a cis-generidade está surtada, a branquitude surtada, todo mundo enlouquecido, porque as pessoas não estão acostumadas a ver os nossos corpos ocupando outros espaços", criticou.

Na sequência, a vereadora do PSOL comentou sobre os ataques transfóbicos de Sonaira Fernandes. "Primeiro dia de sessão plenária e uma das vereadoras bolsonarista já teve um surto que ninguém entendeu porque a colega desequilibrada decidiu atacar as pessoas trans".