Em novembro de 2020, ao ser questionado sobre a possibilidade de um personagem gay na Turma da Mônica, o autor declarou que ainda não era o momento.
"Prefiro aguardar a sociedade tratar isso de maneira mais aberta, mas, por enquanto, sinto que ainda não é o momento", declarou, à época, Mauricio de Souza.
Mas, pelo visto a hora chegou, ou está chegando. O autor, que completou 86 anos nesta quarta-feira (28), revelou que está preparando um personagem gay para compor a galeria de a Turma da Mônica.
"Vem vindo por aí… Estou esperando um pouquinho que esteja cada vez mais aceita a posição do gay, principalmente. Eu tenho um filho, bem, que se assume [homossexual] e eu adoro o meu filho [Mauro Souza]. Ele cuida de uma parte tão importante [da empresa], que é a de shows e espetáculos. E dá um nó no pessoal que já tem mais idade e mais experiência", disse Souza.
Ainda sobre o personagem LGBT da Turma da Mônica, o cartunista afirmou que ele está sendo discutido com a equipe de roteiristas. "Estamos discutindo isso, sim. Estamos discutindo com os roteiristas, com o Mauro, com o pessoal próximo da gente aí para que haja um personagem positivo. Em todos os sentidos”, revelou.
Sobre a sua mudança de posição, Mauricio Souza declarou que "aprendemos todos os dias. Com os relacionamentos da gente. Não só com a família, mas com a sociedade, realmente a gente aprende todo dia. O aprendizado tem de ser legal para você, senão fica mal, fica pesando na cabela", declarou Souza à BBC.
O novo Superman da DC é bissexual
A inclusão de personagens LGBT nas tramas de histórias em quadrinho é uma realidade que cada vez mais ganha espaço.
O anúncio mais recente trata da nova geração do Superman, personagem tão clássico quanto a Turma da Mônica.
A DC Comics resolveu incluir tramas contemporâneas e para tal escolheu o seu personagem mais popular: o Superman, mas não o Clark Kent, e sim o seu filho, Jon Kent que, aos 17 anos assume o manto do pai na série Superman: Son of Kal-el.
A partir do número 5 da HQ o filho de Clark Kent vai desenvolver uma relação com o hackativista Jay Nakamura, que idolatra a mãe de Jon, Lois Lane.
Nas imagens divulgadas pela DC é possível ver Jon e Nakamura dando o primeiro beijo e aprofundando a amizade.
A série Superman: Son of Kal-El ainda não foi publicada no Brasil.
Casamento igualitário nos X-Men
Quem acompanha a saga em quadrinhos dos X-Men sabe que a questão das diferenças é tema central na trama. Aliás, a questão de serem mutantes é uma grande alegoria para tratar de tal assunto.
Em 2013, os autores foram além e, a partir do personagem Estrala Polar, gay assumido, retrataram na história o casamento dele com Kyle Jinadu.
“Representatividade LGBT está apenas no começo”, diz diretor da Marvel
O diretor do Marvel Studios, Kevin Feige, declarou durante a première de “Eternos”, realizada na noite desta segunda-feira (18), em Los Angeles, que a representatividade LGBT nos filmes da produtora chegam com muito atraso em relação aos quadrinhos.
O chefe da Marvel se referia ao personagem Phastos, que está em “Eternos” e será o primeiro assumidamente gay nos filmes da MCU (Marvel Cinematic Studios).
“Nós tivemos super-heróis gays nos quadrinhos antes, e acho que já passou do tempo de isso acontecer nos filmes. É só o começo”, declarou Kevin Feige à Variety durante o tapete vermelho de Eternos.
Novo filme da Marvel pode ser censurado na Rússia
Obviamente que nem tudo são flores. O filme "Eternos" corre o risco de ser censurado na Rússia e na China justamente por abordar as LGBT.
Na Rússia o filme corre o risco de ter a sua exibição proibida, visto que o país possui uma lei que veta qualquer tipo de material, impresso ou audiovisual, que faça “propaganda gay”.
A outra nação que deve impor restrições ao longa é a China, neste caso o filme deve ganhar classificação de 18 anos ou ter a cenas, onde fica explícito a homossexualidade do personagem Phastos, cortadas.
A Disney, que detém os direitos dos filmes do universo Marvel, costuma se adequar as exigências dos dois países citados, visto que possuem enormes bilheterias.
Por conta disso, a diretora do longa, Chloé Zhao, que na última edição do Oscar foi premiada como melhor diretora por “Nomadland”, tem apelado junto da Disney para que não faça modificações no filme com o objetivo de esconder a questão LGBT.
Ao portal IndieWire, Chloé Zhao afirmou que não tem conhecimento dos detalhes das conversas da Disney com as autoridades dos dois países, mas que torce para que não haja cortes.
“Não sei todos os detalhes, mas sei que tem havido discussões e que houve e há um grande desejo da Marvel e meu, porque conversamos sobre isso, de não mudar o corte do filme. Dedos cruzados”, disse Zhao.
A diretora defende o personagem Phastos e afirma que ele possui profunda humanidade. “A história de Phastos é a de que vê a humanidade e acredita que a tecnologia vai resolver os problemas. Obviamente, ele perde a fé em nós por causa das coisas que fizemos. Mas então ele para de nos ver como um todo e se apaixona por uma pessoa, tem um filho, tudo para recuperar sua perspectiva sobre a humanidade”, revela Chloé Zhao.
Com informações da BBC.