O Brasil registrou 175 mortes de pessoas trans em 2020, número que representa um aumento de 41% em relação ao ano anterior, quando foram registrados 124 homicídios. Com isso, o país se mantém como o país que mais mata travestis e transexuais no mundo.
O aumento no número de assassinatos também faz de 2020 o ano mais violento para pessoas trans em quatro anos. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29), Dia Nacional da Visibilidade Trans, pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
De acordo com o relatório, as travestis que estão na prostituição são a maioria entre as pessoas assassinadas, junto com as negras e periféricas. O estado com maior registro de homicídios de mulheres trans foi São Paulo, seguido do Ceará, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Ao menos 77% dos crimes tiveram requinte de crueldade, enquanto metade dos casos as mortes foram por armas de fogo. Ao contrário do que se vê nos dados de violência doméstica, 72% dos assassinos não tinham relação com a vítima.
No entanto, há um ponto em comum entre essas duas violências: o aumento de mortes durante a pandemia de Covid-19. Além disso, segundo o dossiê, cerca de 70% da população de travestis e mulheres transexuais não conseguiram acesso às políticas emergenciais nesse período.