Vereadora mais votada de Aracaju, Linda Brasil denuncia ataques transfóbicos

Primeira vereadora trans eleita na cidade conta que ataques começaram após o resultado do pleito. Delegada diz que conteúdo das ofensas é "extremamente grotesco"

Linda Brasil (Reprodução/Twitter)
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A pesquisadora e ativista Linda Brasil (PSOL), primeira vereadora trans eleita em Aracaju, foi ao Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) do município nesta terça-feira (24) para denunciar ataques transfóbicos que vem sofrendo desde o resultado das eleições, em 15 de novembro.

Linda Brasil foi a candidata a vereadora mais votada nas eleições da capital de Sergipe, com um total de 5.773 votos. Em publicação nas redes sociais, ela destaca que não vai tolerar violências transfóbicas em seu mandato e que vai judicializar todas as denúncias.

"Hoje, fui ao DAGV denunciar os ataques que venho sofrendo desde o resultado das eleições 2020, no último dia 15. Aviso que não tolerarei violência transfóbica contra mim, uma vereadora democraticamente eleita, nem contra nenhuma pessoa LGBTQIA+. Vamos judicializar todas as denúncias para que esses criminosos seja responsabilizados. Vamos frear, um a um, nessa sanha fascista que assola a nossa sociedade", escreveu no Instagram.

https://twitter.com/lindabrasilse/status/1331327192542965760

Em entrevista a Alexandre Santos, do Universa, a delegada Meire Mansuet, titular da Delegacia de Atendimento a Crimes Homofóbicos, Racismo e Intolerância Religiosa (Dachri), afirmou que o teor das ofensas direcionadas a Linda Brasil é "extremamente grotesco".

"Fazem discriminação de cunho transfóbico, externando preconceito onde referenciam ela no masculino, referenciando-a como 'ele'. Alguns chegam a dizer que é o 'demônio' que está no corpo dela, que a faz se vestir de mulher. Coisas extremamente grotescas, que perpassam até por questões espirituais, religiosas. São afirmativas que caracterizam racismo transfóbico", detalhou.

A delegada disse ainda que já instaurou um inquérito para investigar o caso e que os autores podem cumprir pena de até cinco anos de prisão.