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O soldado Leandro Prior, da Polícia Militar de São Paulo, está sofrendo ameaças de colegas da corporação desde que um vídeo em que aparece beijando outro homem no metrô da capital paulista vazou nas redes sociais. De acordo com a apuração da Revista Fórum, policiais da Rota invadiram o perfil do colega de farda com agressões verbais homofóbicas.
As intimidações vão desde promessas de violência física até atentados contra a vida do rapaz. Em uma das mensagens recebidas pelo soldado, um colega de farda diz desejar matá-lo a pedradas.
O policial pediu afastamento da PM até o o próximo dia 11 para acompanhamento psicológico. O ativista LGBTI Agripino Magalhães acompanhou o soldado em um encontro com o advogado que o atende. "Ele está muito abalado. À base de medicamentos fortes desde que o caso chegou ao domínio público. Está sofrendo muito com toda essa história."
Em um áudio que a reportagem teve acesso, o policial pediu ao ativista para tentar intermediar um encontro com o governador de São Paulo, Márcio França. Com a voz embargada, ele pede “o quanto antes” uma reunião com o chefe do executivo do estado para informar “as ameaças que está sofrendo de pares dentro da corporação” contra a vida dele e da família.
O soldado deve ir à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) ainda nesta terça-feira (3) para o registro do boletim de ocorrência. O advogado que atende o PM, José Beraldo, informou que pediu à Polícia Militar medidas protetivas para a garantia da integridade física do soldado.
"A vida particular dele não se confunde com a profissão. A condição de gay não se mistura com a atuação na Polícia Militar. São todos seres humanos iguais perante a lei", disse o advogado. "No Exército, na Marinha, na Aeronática existem gays, a gente tem de parar com essa hipocrisia e com essa homofobia. A Constituição proíbe a discriminação, o preconceito . O que o Leandro está sofrendo é crime de ódio", concluiu.
Em nota, a Polícia Militar confirmou o afastamento do soldado por motivos de saúde e informou que as ameaças feitas ao PM pelas redes sociais, com conotação homofóbica, estão sendo apuradas. Além da investigação, a PM colocou à disposição do policial militar medidas protetivas, por meio da Divisão PM Vítima, da Corregedoria.
A PM afirmou ainda que a conduta do policial fardado no metrô captada em vídeo será apurada única e exclusivamente sob o aspecto administrativo, pois, segundo a corporação, "demonstra postura incompatível com os procedimentos de segurança que se espera de um policial fardado e armado, que exigem que esteja alerta".