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Por Neto Lucon, no NLucon
João W. Nery, ícone do movimento de homens trans, morreu nesta sexta-feira (26) aos 68 anos, vítima de câncer em um hospital de Niterói, Rio de Janeiro. Ele deixa a esposa, Sheila Saleswi, um filho e uma legião de amigos, fãs, admiradores e um legado de luta em prol dos direitos humanos.
A morte foi confirmada porLam Matos, coordenador nacional do IBRAT, e Bruna Benevides, membro da ANTRA, que se corresponderam com a esposa de João.
Desde 2017 ele enfrentava a batalha contra o câncer e, em setembro deste ano, afirmou publicamente que o câncer havia chegado ao cérebro. No comunicado, chegou a pedir para que homens trans não deixem a luta e que sejam mais unidos.
“Se unam, não oprimam os nossos irmãos oprimidos, já por tanta transfobia e sofrimento. Um transmasculino não precisa ser sarado, nem ter barba, nem se hormonizar ou ter pênis para se operar. Basta saber quem são e que sente do gênero masculino. Vamos nos respeitar, nos unir, nos fortalecer e, sobretudo, ensinar os homens cis o que é ser um homem sem medo do feminino”, declarou.
João foi hospitalizado no dia 6 de outubro com quadro de insuficiência respiratória. Dias depois de sua internação, ele mostrou evolução, fez algumas postagens e até vídeos para amigos e seguidores, dizendo que estava sendo bem cuidado pelas enfermeiras.
Chegou, inclusive, a gravar um vídeo para ser transmitido ao 23º Prêmio Claudia, em que concorreu e ganhou por votação na categoria “Eles Por Elas”. “Não importa quem ganhe, nós já ganhamos na medida em que lutamos por pessoas, por entidades que são marginalizadas, que são invisíveis na cultura atual num momento tão delicado, não só na minha vida, mas do país”, disse ele, que foi representado pela cartunista Laerte Coutinho na cerimônia.
Saiba mais sobre a história de luta e ativismo de Nery no blog NLucon