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O caso ganhou repercussão internacional e está provocando um grande debate: será que escolas, principalmente as religiosas, têm o direito de discriminar as pessoas com base na sua sexualidade?
Da Redação*
Uma foto postada no Facebook provocou a demissão de um professor australiano. A justificativa foi que a postagem era sugestiva, pois dava indícios de que Craig Campbell é gay. O caso ganhou repercussão internacional e está provocando um grande debate: será que escolas, principalmente as religiosas, têm o direito de discriminar as pessoas com base na sua sexualidade?
Após os comentários feitos pelos alunos acerca da “polêmica” foto, Craig confirmou que estava em um relacionamento com uma pessoa do mesmo sexo e, depois disso, foi removido do quadro de funcionários sem aviso prévio. O professor já trabalhava há três anos no local.
Segundo o portal australiano “The West”, o diretor do colégio, Des Mitchell, diz que Craig sempre foi amado e respeitado pelos funcionários, estudantes e pais, mas nesse momento a escola entende que relacionamentos envolvem apenas um homem e uma mulher, mesmo compreendendo e respeitando a orientação do rapaz.
“Os jovens são naturalmente inquisitivos", afirma Des. “A imagem que publicou criou interesse na vida pessoal dele, incluindo a questão da sexualidade. Eu compartilhei com ele que, no momento, há uma inconsistência nas crenças que ele possui sobre a sexualidade e as crenças de nossa instituição”, completa.
O Governo do Estado recentemente procurou aconselhamento jurídico para entender se as isenções religiosas – que permitem que as escolas discriminem professores ou alunos com base em sua sexualidade – devem ser removidas da Lei de Igualdade de Oportunidades da Austrália.
O ativista veterano dos direitos dos homossexuais Brian Greig está sendo pressionado para ajudar a acabar com esse ato discriminatório. Para ele, existem brechas na lei que ajudam as pessoas que são "anti-gay" a atacar pessoas LGBT e isso precisa acabar. Como exemplo, Brian cita que na Tasmânia foram abolidas há mais de 20 anos essas retrogradas isenções religiosas.
A deputada trabalhista Lisa Baker pediu uma conversa comunitária mais ampla sobre esta questão, pois acredita que as isenções religiosas precisavam ser revistas. Segundo ela, essas cláusulas estão ultrapassadas e, com o passar do tempo, a opinião das pessoas foi mudando, por isso, é preciso rever essa situação que ganhou força com a demissão do professor.
*Com informações do IG
Foto: Reprodução/Facebook