CULTURA

Páscoa 2025: os curiosos lugares onde o feriado não cai na mesma data que no Brasil

Para muitos povos ao redor do mundo, a data da passagem é diferente da celebrada em nosso país

Cartão de Páscoa da Rússia, datado do período pré-Revolução Soviética
Cartão de Páscoa da Rússia, datado do período pré-Revolução SoviéticaCréditos: Wikimedia Commons
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A Sexta-feira Santa no Brasil cairá nesta sexta-feira, 18 de abril, com o Domingo de Páscoa sendo celebrado em 20 de abril, como sempre seguindo o calendário da Igreja Católica Romana.

Mas, ao redor do mundo, essa mesma celebração pode acontecer em datas bastante diferentes — e até com rituais muito distintos.

Essas diferenças não são apenas curiosidades do calendário: elas revelam divisões históricas entre igrejas, além de formas variadas de enxergar a mesma tradição. Veja onde e por que a Páscoa não será comemorada no mesmo dia que aqui:

Grécia e o mundo ortodoxo: 27 de abril

Em 2025, países como Grécia, Rússia, Sérvia, Geórgia, Etiópia e outros com forte presença ortodoxa só vão celebrar a Páscoa em 27 de abril, uma semana depois da data brasileira.

Por quê? Porque a Igreja Ortodoxa segue o calendário juliano, mais antigo que o gregoriano adotado pelo Ocidente. Além disso, o cálculo da data da Páscoa ortodoxa considera o fim do Pessach judaico, o que nem sempre é levado em conta na tradição católica.

Etiópia: quaresma de 55 dias e Páscoa mais tardia

Na Etiópia, a Páscoa — chamada Fasika — também segue o calendário juliano, e será celebrada em 27 de abril, como nos demais países ortodoxos. Mas há um detalhe a mais: os fiéis passam por um longo jejum de 55 dias, evitando carne, laticínios e ovos, ao contrário da quaresma de 40 dias que os católicos brasileiros cumprem.

Para os etíopes cristãos, o período da Páscoa é ainda mais austero e espiritualizado do que no Ocidente.

Egito: um feriado nacional não religioso, depois da Páscoa Copta

No Egito, um país de maioria muçulmana, o calendário cristão ortodoxo copta também aponta a Páscoa para o dia 27 de abril. Mas a curiosidade está no dia seguinte: na segunda-feira, 28 de abril, o país inteiro celebra o feriado de Sham El-Nessim, uma tradição milenar egípcia que marca a chegada da primavera.

Muçulmanos e cristãos participam juntos, fazendo piqueniques e comendo peixe salgado. O curioso é que essa data — embora pagã na origem — está conectada à Páscoa cristã.

Afinal, por que essas datas são tão diferentes?

Tudo depende do cálculo da Páscoa, que é móvel: ela ocorre no domingo após a primeira lua cheia da primavera (no Hemisfério Norte). Mas o calendário usado para determinar essa lua cheia varia entre as tradições religiosas. Enquanto o Ocidente usa o calendário gregoriano, os ortodoxos seguem o juliano, com uma defasagem de 13 dias.

Além disso, há critérios teológicos diferentes — como a exigência ortodoxa de que a Páscoa ocorra depois do Pessach judaica, refletindo a cronologia bíblica.

Uma mesma fé, diferentes calendários

A diversidade das datas da Páscoa mostra como a mesma narrativa — a ressurreição de Cristo — pode ser vivida de formas distintas pelo mundo.

Em 2025, essa diversidade fica evidente: enquanto brasileiros celebram em 20 de abril, milhões de cristãos ortodoxos ainda estarão em jejum e preparando seus corações para o dia 27.

É um lembrete de que, mesmo diante das mesmas raízes religiosas, a história, a geografia e os calendários continuam influenciando profundamente nossas tradições.

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