Em uma entrevista coletiva nesta terça-feira (2), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning expressou fortes críticas à OTAN após mais provocações do secretário executivo da organização, Jens Stoltenberg.
O chefe do grupo afirmou que a China se tornou uma ameaça aos valores da OTAN e que a organização terá de se adaptar para também combater Pequim.
Mao Ning aproveitou o ensejo para criticar duramente a política de segurança. "Não tenho certeza do que ele quis dizer exatamente com os valores da OTAN. Mas se os valores são traçar diferenças com base na ideologia e criar conflitos, fomentar confrontos e escalar tensões ao longo dessas linhas, então a China realmente não pode concordar com isso", declarou Mao Ning.
Ela enfatizou que as ações da OTAN têm sido contrárias aos princípios de paz e cooperação, acusando a aliança de interferir nos assuntos internos do país.
"A realidade é que é a OTAN que tem desafiado a China, interferido nos assuntos internos da China, deturpado e vilipendiado nossas políticas internas e externas e desafiado seriamente os interesses e a segurança", afirmou.
"Reflexão séria"
A porta-voz instou o bloco liderado pelos EUA a refletir sobre seu próprio papel no conflito e as implicações mais amplas para a paz europeia e global.
"A OTAN precisa ver a causa raiz da crise e fazer uma reflexão séria sobre que tipo de papel ela tem desempenhado para a paz da Europa e do mundo, em vez de desviar a atenção e culpar os outros", completou.
Esta troca de críticas entre a China e a OTAN reflete as tensões geopolíticas mais amplas que estão moldando as relações internacionais atuais.
A possibilidade de uma espécie da aliança estadunidense no Pacífico é o principal ponto de tensão em uma das questões mais caras a Pequim, o Mar do Sul da China.