O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu-se novamente em sessão de emergência em Nova York (EUA) sobre Gaza nesta terça-feira (20).
A China votou a favor do projeto de resolução apresentado pela Argélia para "um cessar-fogo humanitário imediato que deve ser respeitado por todas as partes".
Te podría interesar
Pela quarta vez desde o início da atual ofensiva de Israel contra o povo palestino em Gaza, os EUA vetaram a proposta de cessar-fogo. O Reino Unido se absteve. A resolução da Argélia ganhou apoio de 13 dos 15 membros ao redor da icônica mesa em forma de ferradura.
O enviado especial da China na ONU, embaixador Zhang Jun, comentou que o veto dos EUA envia a mensagem errada, empurrando Gaza ainda mais para a crise em um momento em que os palestinos estão lutando na beira da morte.
Te podría interesar
"É totalmente insustentável os EUA argumentarem que o projeto compromete as negociações em andamento. Enquanto isso, a violência está desestabilizando toda a região, e o Conselho deve agir rapidamente para parar o massacre", disse ele.
Zhang observou ainda que o Conselho de Segurança da ONU deve defender a ordem internacional e exigir um cessar-fogo, o que é sua responsabilidade legal. "O Conselho não deve parar seu trabalho por causa do veto", disse ele, chamando a comunidade internacional para dar aos palestinos uma chance de viver e de prover justiça.
O diplomata ressaltou que, embora o projeto de resolução tenha sido vetado, o transbordamento do conflito está desestabilizando toda a região do Oriente Médio, levando a riscos crescentes de uma guerra mais ampla.
"Somente extinguindo as chamas da guerra em Gaza o mundo pode prevenir que os fogos do inferno engulam toda a região. O Conselho de Segurança deve agir rapidamente para parar este massacre", observou Zhang.
Zhang destacou que a China insta Israel a atender ao chamado da comunidade internacional, abandonar seus planos para uma ofensiva em Rafah e parar o castigo coletivo do povo da Palestina.
"A China espera que países com influência significativa tenham menos cálculos políticos, mas sim sejam verdadeiramente imparciais e responsáveis, e façam a escolha certa para pressionar por um cessar-fogo em Gaza", declarou Zhang.
A China convoca a comunidade internacional a unir todos os esforços diplomáticos para dar ao povo de Gaza uma chance de sobreviver, dar ao povo de toda a região do Oriente Médio uma chance de ter paz, e uma chance para que a justiça seja mantida, finalizou Zhang.
Luz verde dos EUA para o massacre de Israel em Gaza
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, equivalente ao Ministério das Relações Exteriores, também comentou nos mesmos termos mais um veto dos EUA ao cessar-fogo em Gaza.
Durante coletiva regular de imprensa nesta quarta-feira (21), em Pequim, Mao Ning, porta-voz da diplomacia chinesa, declarou queo veto de Washington ao pedido de paz empurra a situação em Gaza para um estágio mais perigoso e que todas as partes relevantes, incluindo a China, expressaram forte decepção com o desfecho de mais uma reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a crise na Palestina.
"A alegação dos EUA de que uma resolução interferiria nos esforços diplomáticos em andamento é totalmente insustentável. Dada a situação no terreno, a contínua evitação passiva de um cessar-fogo imediato não é diferente de dar luz verde para a continuação do massacre, disse ela.
Mao afirmou que a China continuará a trabalhar com todas as partes da comunidade internacional para pressionar o Conselho de Segurança a tomar ações responsáveis e significativas e fazer esforços incansáveis para acabar com a guerra em Gaza o mais cedo possível, aliviar a situação humanitária, promover a implementação da solução de dois Estados e realizar a paz duradoura e estabilidade no Oriente Médio.
Desde o início de uma nova rodada de conflito israelense-palestino em larga escala em outubro de 2023, as operações militares de Israel na Faixa de Gaza mataram quase 30 mil pessoas.
A comunidade internacional formou um apelo esmagador por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, mas um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU pedindo um cessar-fogo foi repetidamente bloqueado pelos EUA.
Esta é a quarta vez que os EUA vetam um cessar-fogo em Gaza, após vetar um projeto de resolução proposto pelo Brasil no ano passado, em outubro, um projeto de resolução proposto pelos Emirados Árabes Unidos em dezembro, e uma emenda proposta pela Rússia.