CHINA EM FOCO

China: Indústria do algodão acusa os EUA de mentir para atacar setor

Associação de Algodão de Xinjiang emite comunicado para defender a fibra cultivada na região da campanha liderada por Washington sob falsas alegações ancoradas em "direitos humanos"

Algodão de Xinjiang.Uma máquina de colheita de algodão opera em um campo no Condado de Manas, Prefeitura Autônoma Hui de Changji, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China.Créditos: Xinhua
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A Associação de Algodão de Xinjiang acusa os Estados Unidos de usar alegações infundadas, como "trabalho forçado", para desacreditar e boicotar o algodão e os produtos de Xinjiang e enfatiza que a fibra cultivada na região é uma das melhores do mundo.

A entidade emitiu um comunicado nesta quinta-feira (5) em firme defesa da indústria de algodão da região. A declaração, veiculada pela conta da entidade no WeChat (equivalente o WhatsApp na China), rejeita as alegações recentes feitas pelo CEO da Fast Retailing, Tadashi Yanai, empresa controladora da marca global Uniqlo. Em entrevista à BBC, Yanai afirmou que sua empresa não utiliza algodão de Xinjiang.

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O comunicado afirma que Washington usa o pretexto de "direitos humanos" para desacreditar o algodão de Xinjiang na tentativa de privar os povos de diferentes etnias da região de seu direito de melhorar suas vidas por meio do trabalho árduo e do emprego. A associação rejeita essa abordagem de forma veemente.

Qualidade do algodão de Xinjiang

A declaração destaca que as condições climáticas e geográficas únicas de Xinjiang proporcionam um ambiente ideal para o cultivo de algodão, um material essencial para a indústria têxtil chinesa e um elo importante entre os mercados do Oriente e do Ocidente. O algodão de Xinjiang é reconhecido por sua alta qualidade, e os habitantes da região são descritos como trabalhadores e honestos.

Além de fornecer uma grande quantidade de matéria-prima de alta qualidade para a China e o mundo, o algodão de Xinjiang contribui para o desenvolvimento econômico local e oferece oportunidades de emprego para os moradores. Muitas famílias em Xinjiang superaram a pobreza graças à renda gerada pelo cultivo de algodão, tornando-se um símbolo de prosperidade dentro da Iniciativa do Cinturão e Rota, a Nova Rota da Seda.

Mudanças na indústria do algodão

A indústria do algodão em Xinjiang passou por uma transformação significativa e evoluiu de métodos tradicionais de plantio para técnicas modernas, com foco na centralização, sustentabilidade e inteligência. A mecanização do plantio atingiu 100%, e a colheita mecanizada é de cerca de 90%. A digitalização também foi amplamente implementada, tornando o setor um motor de crescimento econômico e geração de riqueza para os habitantes da região.

A associação pediu à comunidade internacional e às empresas têxteis que analisem e respondam racionalmente a declarações e ações contrárias a Xinjiang, com base em fatos.

"Esperamos que marcas internacionais como a Uniqlo respeitem e confiem no algodão de Xinjiang, retomando seu uso para apoiar o desenvolvimento saudável e estável da indústria global de algodão e têxteis", afirmou a associação.

O comunicado foi emitido após Tadashi Yanai, CEO da Fast Retailing, afirmar em entrevista à BBC em 28 de novembro que "não estamos usando [algodão de Xinjiang]". Durante a entrevista, Yanai hesitou ao responder sobre as origens do algodão utilizado pela empresa, dizendo: "Na verdade, isso se torna muito político se eu continuar, então vamos parar por aqui".

Apesar de Yanai também ter mencionado que a empresa tem mais lojas na China do que no Japão e pretende expandir para três mil  unidades no país, o destaque da BBC foi para sua declaração sobre o algodão de Xinjiang, com a manchete chamativa: "Uniqlo não usa algodão de Xinjiang, diz o chefe".

As declarações de Yanai geraram controvérsia na China, com muitos internautas expressando decepção. Em resposta, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning declarou em uma coletiva de imprensa em 29 de novembro:

"O algodão da região de Xinjiang está entre os melhores do mundo. Esperamos que a empresa relevante supere pressões políticas e perturbações maliciosas, tomando decisões de negócios independentes que atendam aos seus próprios interesses."

Confira o comunicado na íntegra

Recentemente, Tadashi Yanai, fundador da marca japonesa Uniqlo, declarou em entrevista à emissora britânica BBC que a Uniqlo não utiliza algodão proveniente da região de Xinjiang, na China. Em resposta, declaramos que não podemos aceitar tal afirmação e apresentamos as seguintes declarações:

Xinjiang possui um clima único e uma localização geográfica vantajosa, oferecendo condições naturais ideais para o cultivo de algodão. O algodão produzido na região está entre os melhores do mundo. Ele é uma matéria-prima essencial para a indústria têxtil da China e atua como uma ponte que conecta os mercados do Oriente e do Ocidente. A qualidade do algodão de Xinjiang é excepcional, e o povo da região é trabalhador e íntegro. O algodão de Xinjiang não apenas fornece matérias-primas têxteis de alta qualidade para a China e para o mundo, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico local, criando oportunidades de emprego para os moradores. Muitas famílias em Xinjiang superaram a pobreza e alcançaram prosperidade graças a essa indústria. Com a implementação da iniciativa "Cinturão e Rota", o algodão de Xinjiang consolidou sua posição como um importante produto no comércio global devido à sua excelente qualidade.

No entanto, os Estados Unidos, sob o pretexto de "direitos humanos", frequentemente espalham rumores sobre o algodão de Xinjiang, tentando desacreditar e boicotar os produtos da região com acusações infundadas de "trabalho forçado". Essas ações visam privar as pessoas de todos os grupos étnicos em Xinjiang do direito de melhorar suas vidas por meio do trabalho e do emprego. Rejeitamos categoricamente tais acusações e esforços para difamar e boicotar o algodão de Xinjiang e seus produtos derivados.

Com o apoio do governo e o trabalho árduo das diversas etnias da região, o setor algodoeiro em Xinjiang passou por transformações profundas. A produção avançou de técnicas tradicionais para tecnologias modernas, promovendo o desenvolvimento centralizado, sustentável e inteligente da indústria. Os níveis de mecanização e automação têm melhorado continuamente, com a aplicação ampla de tecnologias digitais. A taxa de mecanização no plantio chegou a 100%, enquanto cerca de 90% da colheita é realizada por máquinas. A indústria algodoeira tornou-se uma força motriz essencial para o aumento da renda e a promoção da prosperidade entre os habitantes de Xinjiang.

Fazemos um apelo à comunidade internacional e às empresas do setor têxtil para que analisem racionalmente quaisquer declarações e ações contrárias a Xinjiang, baseando-se em fatos objetivos. Esperamos que marcas globais, como a Uniqlo, demonstrem respeito e confiança no algodão de Xinjiang, retomando seu uso para contribuir com o desenvolvimento saudável e estável da indústria têxtil global.

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