CHINA EM FOCO

Big Data: China vai compartilhar experiência com governança de dados

Potência asiática sediou Fórum Mundial de Dados da ONU; Pequim se compromete a aprofundar cooperação internacional para promover desenvolvimento sustentável

Créditos: Xinhua - Edição de 2023 do Fórum Mundial de Dados da ONU foi realizado na China
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O Fórum Mundial de Dados (WDF, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas (ONU), concluído nesta quinta-feira (27), pediu uma melhor governança de dados e mais cooperação entre os governos para ajudar a criar um futuro sustentável.

Realizado em Hangzhou, província de Zhejiang, leste da China, ao longo de quatro dias, desde a segunda-feira (24), a quarta edição do evento foi a primeira a ser realizada na região da Ásia-Pacífico.

O Fórum Mundial de Dados da ONU de 2023 reuniu os principais produtores e usuários de dados de agências científicas, formuladores de políticas, empresas, sociedade civil e instituições científicas. 

Na pauta, debates sobre iniciativas para fornecer melhores dados sobre saúde, educação, clima, recursos naturais, gênero, direitos humanos, refugiados e outros aspectos do desenvolvimento sustentável.

Mais de dois mil especialistas em dados de 140 países participaram do evento e quase 20 mil participaram virtualmente.

As plenárias de alto nível do Fórum abordaram o valor dos dados para uma melhor formulação de políticas; inovação para dados desagregados oportunos e mais amplos; transparência pública e direitos à privacidade; dificuldades em estabelecer parcerias em diferentes ecossistemas de dados; e desenvolvimento de infraestrutura digital internacional.

Cooperação internacional

O presidente chinês, Xi Jinping, enviou uma mensagem ao fórum. Ele disse que o país está disposto a trabalhar com outros países para ajudar a implementar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável por meio da governança de dados.

"A China também está disposta a aprofundar a cooperação internacional de dados no âmbito da Iniciativa de Desenvolvimento Global", ressaltou Xi.

Dados são o petróleo do século XXI

O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo durante o fórum para encontrar novas maneiras de aproveitar os dados hoje, para moldar um amanhã pacífico e próspero, para todas as pessoas e para o planeta.

Em mensagem de vídeo, Guterres relembrou que três anos atrás a ONU lançou a Estratégia de Dados das Nações Unidas para desenvolver mais expertise em dados em todo o Sistema da ONU e criar ecossistemas mais inovadores que liberam todo o potencial dos dados para a melhoria das pessoas e do planeta.

O secretário-geral da ONU alertou que o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estagnou, ou mesmo reverteu, na metade do prazo de 2030. Disse ainda que o evento foi “uma oportunidade chave para turbinar o poder transformador dos dados e acelerar o progresso neste momento crítico”.

“Hoje, no século XXI, os dados representam o que o petróleo representou no século XX – um motor de desenvolvimento e progresso. [...] Os dados – quando usados com responsabilidade – são a base de um futuro sustentável", destacou o secretário-geral da ONU.

Experiência chinesa

A China compartilhou sua experiência com governança de dados no fórum e prometeu contribuir mais para a governança global de dados organizando mais treinamentos internacionais e promovendo o desenvolvimento da Plataforma Global da ONU para Big Data China Hub.

O governo chinês tem trabalhado na transformação digital e ajudado as empresas a fazerem o mesmo com big data.

O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, da sigla em inglês) da China vem realizando censos sobre a população, agricultura, economia do país, entre outros campos. Os dados coletados permitem que a agência identifique os principais problemas sociais, analise a economia e forneça fatos importantes para a formulação de políticas.

A tecnologia de dados também forneceu grande conveniência para o setor de logística da China, permitindo que as empresas prevejam futuras cargas de trabalho e aloquem pessoal e equipamentos antes mesmo de os pedidos chegarem. Como resultado, a cadeia logística é otimizada para transportar mais mercadorias com os mesmos recursos.

"A China não está apenas colocando recursos em tecnologia de dados internamente, mas também fornecendo suporte técnico para outros países", comentou Shaida Badiee, o diretor administrativo e cofundador da Open Data Watch, uma organização sem fins lucrativos de especialistas em dados com sede nos EUA.

Com informações da ONU e da Xinhua