CHINA EM FOCO

Evento em Pequim promove diálogo sobre múltiplos valores democráticos

Fórum Internacional sobre Democracia: Os Valores Humanos Compartilhados reúne mais de 300 convidados de mais de 100 países e regiões na capital nacional da China

Créditos: CGTN - O segundo Fórum Internacional sobre Democracia: Os Valores Humanos Compartilhados foi realizado em Pequim nesta quinta-feira (23).
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Foi realizado nesta quinta-feira (23), em Pequim, o Segundo Fórum Internacional sobre Democracia: Os Valores Humanos Compartilhados. Mais de 300 convidados de mais de 100 países e regiões se reuniram para debater sobre diversas formas de democracia. Na pauta, discussões sobre a origem, formas e eficácia de múltiplos sistemas democráticos e a necessidade da coexistência de diferentes sistemas em uma comunidade comprometida com um futuro compartilhado para a humanidade.

O fórum oferece uma plataforma para todos os países compartilharem pensamentos, experiências e práticas relacionadas à democracia, em vez de promover um modelo único de democracia. Na cerimônia de abertura, os principais oradores compartilharam o consenso de que a verdadeira democracia é caracterizada pelo diálogo, respeito e aprendizado mútuos. 

Democracia versus ‘autocracia

CGTN - Li Shulei

O chefe do Departamento de Publicidade do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), Li Shulei, em seu discurso, afirmou que a democracia é um valor humano compartilhado, uma meta universal perseguida por todos os países que buscam a modernização e a base sobre a qual se baseia a construção de uma comunidade global de futuro compartilhado.

Liu enfatizou que os países devem buscar um terreno comum, arquivar diferenças e respeitar o caminho de cada país para a democracia. Ele acrescentou que se um país é democrático ou não deve ser reconhecido pela comunidade internacional, não arbitrariamente por alguns juízes auto nomeados.

Ele defendeu que para formar uma comunidade internacional, todos os países devem defender o princípio democrático, a democracia nas relações internacionais e promover o estado de Direito na governança internacional.

"Impor um modelo de democracia e ‘transformações democráticas’ a outros, ou formar uma ‘aliança de valores’ em nome de ‘democracia’ versus ‘autocracia’ criam divisão e antagonismo e atropelam o espírito democrático, deixando um legado venenoso desprezado por seus alvos", finalizou Li.

Mundo em transformação

CGTN - Gao Xiang

O presidente da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Gao Xiang, também falou durante a abertura do fórum. Ele observou que o mundo está passando por mudanças nunca vistas em um século, ecoando uma frase do presidente Xi Jinping durante encontro com o presidente Russo, Vladimir Putin, nesta semana, em Moscou.

"Para enfrentar os desafios comuns enfrentados pela humanidade, todos os países precisam estar abertos e engajados no diálogo para garantir que modelos de democracia podem impulsionar o progresso global", afirmou.

Democracia sem dogmas

Já o diretor do Instituto de Ciência Política da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Fang Ning, comentou que a democracia não deve ser dogmatizada. Ele observou que a imposição de um modelo de democracia a outros só pode impedir o desenvolvimento da democracia. 

"No mundo de hoje, a democracia é tão diversa e multifacetada quanto os próprios países e seus povos criaram diferentes modelos de democracia e formaram diferentes conceitos democráticos com base em suas próprias experiências e práticas", pontuou. 

CGTN - Xing Bo

A vice-presidenta do China Media Group (CMG),  Xing Bo, observou que algumas pessoas nos EUA consideram seu país como o "farol da democracia". Ela pontuou incidentes como o descarrilamento de trem tóxico em Ohio, trabalho infantil e violência policial contra afro-americanos que mostram que os EUA têm se desviado da democracia. Também conclamou pela quebra da hegemonia do discurso ocidental e por mais energia positiva para a governança global.

"O CMG está aberto ao aprendizado mútuo e caminhando de mãos dadas com amigos de outros países para espalhar a democracia como uma conquista importante da civilização política humana", disse.

CGTN - Du Zhanyuan

De acordo com o chefe do Grupo de Publicações Internacionais da China, Du Zhanyuan, uma pesquisa recente realizada pela Academia de Estudos Contemporâneos da China e do Mundo mostra que pessoas em 23 países nos cinco continentes geralmente concordam com a ideia de que "cada país deve escolher um modelo de democracia e modernização adequada às suas condições nacionais", com uma taxa de aprovação de 94,3%.

Democracia liberal

O evento ocorre antes da segunda edição da "Cúpula para a Democracia", promovida pelos EUA, e prevista para os dias 29 e 30 de março. A iniciativa do presidente Joe Biden está sendo  co-organizada com os líderes da Costa Rica, Países Baixos, República da Coreia, e República da Zâmbia. A primeira edição ocorreu em dezembro de 2021 e contou com a participação de mais de 100 países, inclusive o Brasil. China, Rússia e Irã não foram convidados.

China pede que EUA resolvam 'genuinamente' crise na Ucrânia por meio de negociação

Ministério das Relações Exteriores da China: Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês Wang Wenbin

A China não é criadora nem parte da crise na Ucrânia, mas defensora de uma solução política para a crise e promotora de negociações de paz. Essa afirmação foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Wang Wenbin nesta quinta-feira (23).

Wang ressaltou que a China não tem interesses políticos próprios neste conflito e está sinceramente comprometida em promover negociações de paz. Ele destacou que espera que o lado dos EUA corrija suas palavras e ações anti-paz e trabalhe com a comunidade internacional para se comprometer genuinamente a promover uma solução política para a crise na Ucrânia por meio do diálogo e da negociação.

Como apontou o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Qin Gang, países individuais têm tentado obstruir os esforços das negociações de paz e até inventaram vários rumores e falsos argumentos para atacar e difamar a China, mas a justiça está no coração do povo, afirmou o porta-voz.

"Enquanto a China está promovendo a paz, os EUA anunciaram que forneceriam outros US$ 350 milhões em armas e equipamentos. O mundo pode ver por si mesmo quem está distribuindo facas e fogos e quem está pedindo paz e negociações", finalizou o porta-voz.

Peng Liyuan, primeira-dama da China, pede avanços no controle global da tuberculose

Xinhua - Peng Liyuan

A primeira-dama da República Popular da China, Peng Liyuan, embaixadora da boa vontade da Organização Mundial da Saúde (OMS) para tuberculose e HIV/AIDS, pediu nesta quarta-feira (22) que todas as partes melhorem conjuntamente a prevenção e o tratamento global da tuberculose .

"Todas as partes devem cumprir ativamente seus compromissos, aumentar a entrada de recursos, realizar intercâmbios e cooperação, compartilhar experiências de prevenção e tratamento", disse Peng em um discurso por escrito para as atividades da OMS em comemoração ao Dia Mundial da Tuberculose de 2023.

Nos últimos anos, graças ao trabalho da OMS e aos esforços conjuntos da comunidade internacional, o mundo fez progressos notáveis na luta contra a tuberculose. Como o  governo chinês, que atribui grande importância à prevenção e tratamento da tuberculose e a incorporou à estratégia China Saudável, relembrou Peng. 

A primeira-dama acrescentou que a China tem melhorado constantemente o nível de apoio, realizado cooperação multissetorial, envolvido a participação de toda a sociedade, e promovido ativamente novas técnicas de diagnóstico, soluções terapêuticas e ferramentas de gestão e, como resultado, as taxas de cura da tuberculose no país permanecem acima de 90%.

Peng afirmou que desde que sua participação no esforço de prevenção e tratamento da tuberculose começou há mais de uma década, ela testemunhou o progresso constante neste campo na China, bem como o crescimento da equipe de voluntários no país.

"Os voluntários têm difundido ativamente conhecimentos sobre prevenção e tratamento da tuberculose, prestando assistência e apoio aos pacientes e criando um ambiente positivo que incentiva a participação de toda a sociedade", disse Peng.

Peng comentou que a tuberculose continua sendo um problema de saúde pública global que põe seriamente em risco a saúde das pessoas, e que ainda há um longo caminho a percorrer para acabar com a epidemia global de tuberculose.

Com informações da CGTN