CHINA EM FOCO

Lula insta a China a atuar mais ativamente por acordo de paz entre Rússia e Ucrânia

Presidente brasileiro afirmou que abordará o tema durante encontro com Xi Jinping previsto para março; ele fez o comentário durante encontro com chanceler alemão Olaf Scholz, que está em visita ao Brasil

Créditos: Palácio do Planalto - Presidente brasileiro recebe o primeiro-ministro alemão
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"Está na hora da China pôr a mão na massa pela paz na Ucrânia". A afirmação foi feita pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, na última segunda-feira (30). A fala ocorreu  durante coletiva de imprensa ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, que faz visita oficial ao Brasil.

"Esse é um dos assuntos que quero conversar com o presidente Xi Jinping", afirmou Lula.  Ele ressaltou que o Brasil não irá repassar munições de guerra para serem entregues à Ucrânia, como havia sido pedido pelo governo alemão, e cobrou que países como a China ajam para que se chegue a um acordo de paz.

Em vez de mais munições, disse Lula, o mundo precisa formar um grupo de países para ajudar a resolver a crise causada pela guerra. O presidente cobrou que a China, que hoje tem grande proximidade com o governo do presidente russo, Vladimir Putin, ponha "a mão na massa" e ajude a resolver o conflito.

Lula propôs que se crie um grupo para tentar negociar a paz na região, da mesma forma que o G20 foi criado para tentar encontrar soluções para a crise econômica de 2008, e afirmou que o Brasil pode dar sua contribuição.

"Vou falar com outros presidentes, vou falar com (Joe) Biden, a ideia de criar um grupo de pessoas, uma instituição multilateral. Precisa ter alguém na mesa de negociação, e aí acho que nossos amigos chineses têm um papel muito importante", disse. "Eu, se for em março à China, esse é um dos assuntos que quero conversar com o presidente Xi Jinping. Está na hora da China pôr a mão na massa e tentar ajudar a encontrar a paz entre Rússia e Ucrânia."

Guerra dos chips: China responde a potencial proibição mais ampla do equipamento de fabricação de chips

Ministério das Relações Exteriores da China - Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, em uma coletiva de imprensa regular em Pequim, China (31/1/23)

Pequim acusa Washington de perseguir o setor chinês de fabricação de chips. Um desses casos envolve a ASML, principal fornecedora mundial de máquinas de fabricação de chips de ponta com sede na Holanda. 

A empresa holandesa já foi proibida de vender máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV) mais avançadas para a parte continental da China desde 2019 sob uma proibição de exportação dos EUA.

Agora, há relatos da mídia de que a Holanda também proibirá a venda de máquinas ultravioleta profunda (DUV) - o equipamento de fabricação de chips um pouco mais antigo, porém mais amplamente usado - para a China continental. 

Os EUA têm feito lobby para seus aliados, incluindo também o Japão, para que interrompa as vendas de máquinas DUV para o continente chinês.

O assunto foi tema de um telefonema entre o ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, com o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores da Holanda, Wopke Hoekstra, na última segunda-feira (30).

Nesta terça-feira (31), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, abordou o tema durante uma coletiva de imprensa. Ela acusou os EUA de bloquear e suprimir deliberadamente empresas chinesas.

“Essas práticas de intimidação e hegemônicas violam seriamente as regras do mercado e perturbam a ordem comercial internacional”, ressaltou Mao. Ela acrescentou que tais comportamentos não apenas prejudicam os direitos e interesses legítimos e legais das empresas chinesas, mas também desestabilizam as cadeias industriais e de suprimentos globais.

Mao pediu a todas as partes que assumam uma postura objetiva e justa, tomem decisões independentes à luz dos próprios interesses de longo prazo e no interesse de um mercado justo e equitativo.

Em 2022, a ASML vendeu produtos no valor de 2,16 bilhões de euros (cerca de US$ 2,34 bilhões) para a parte continental da China, o que representou 14% da receita total da empresa, de acordo com relatório financeiro anual divulgado em 25 de janeiro.

A parte continental da China era o terceiro maior mercado da ASML, atrás da região chinesa de Taiwan, onde fica a gigante fabricante de chips Taiwan Semiconductor Manufacturing Company, e da Coreia do Sul, que possui grandes fabricantes de chips como Samsung e SK Hynix.

Xi enfatiza esforços para acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento

O presidente da China, Xi Jinping, também secretário-geral do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh), enfatizou os esforços para acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento e aumentar a segurança e a iniciativa de desenvolvimento.

Xi fez as observações enquanto participava da segunda sessão de estudo em grupo do Birô Político do 20º Comitê Central do PCCh na tarde desta terça-feira (31).

Ele disse que acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento é uma decisão estratégica para realizar a Meta do Segundo Centenário e garantir o desenvolvimento e a segurança, bem como um plano estratégico para tomar a iniciativa do desenvolvimento futuro.

Xi ressaltou que apenas ao acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento a China poderá consolidar os alicerces de sua economia e aumentar a segurança e a estabilidade de seu desenvolvimento.

"Só assim a China pode aumentar sua força para sobreviver, competir, desenvolver e se sustentar em meio a todos os tipos de tempestades e ventos fortes para garantir que o processo do grande rejuvenescimento da nação chinesa não seja atrasado ou interrompido e que o objetivo de transformar a China em um grande país socialista moderno será realizado."
Presidente da China, Xi Jinping

China expandirá sistema de IPO baseado em registro

CFP - Pessoas do lado de fora do prédio da China Securities Regulatory Commission (CSRC) na Financial Street em Pequim, China (29/11/20)

O regulador de valores mobiliários da China publicou um projeto de regras nesta  quarta-feira (1) para expandir o sistema de oferta pública inicial (IPO, da sigla em inglês) baseado em registro, marcando um grande passo para reformar o segundo maior mercado de ações do mundo.

O sistema de IPO baseado em registro, que foi adotado pelo STAR Market de Xangai, pelo conselho do Shenzhen ChiNext e pela Bolsa de Valores de Pequim em um esquema piloto, será expandido para os principais conselhos, informou a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC, da sigla em inglês).

A reforma do IPO foi projetada "para dar o direito de escolha ao mercado" e tornar os IPOs mais transparentes e previsíveis, disse o CSRC em um comunicado.

Atualmente, IPOs nos principais conselhos em Xangai e Shenzhen precisam de um aval do CSRC sob um sistema baseado em aprovação.

O CSRC consolidará as regras de IPO para as bolsas de Xangai, Shenzhen e Pequim.

De acordo com as regras preliminares publicadas nesta quarta-feira, nenhum limite diário de negociação é definido para ações do IPO durante os primeiros cinco dias de negociação. Além disso, as ações são elegíveis para negociação de margem e empréstimo de títulos em estreias de negociação.

O CSRC informou que o novo sistema de IPO não significa que os requisitos de qualidade serão afrouxados e que verificaria se a emissão de IPO está alinhada com a política industrial nacional da China.

Bancos de investimento globais projetam salto em yuan em 2023

Os bancos de investimento globais elevaram as previsões para o yuan chinês este ano. A avaliação foi feita  com base nas expectativas de que a reabertura econômica do país e a decisão de Pequim de relaxar as restrições ao setor imobiliário vão desencadear fortes influxos de capital.

As previsões otimistas seguem o ajuste do governo chinês da estratégia de Covid-zero no início de dezembro e a reversão às políticas pró-crescimento para restaurar a confiança dos investidores e priorizar a demanda doméstica.

Em média, as previsões são de que o yuan termine 2023 em 6,5 por dólar, um aumento de 3,6% em relação aos níveis atuais. Já subiu mais de 7% desde o mínimo atingido no final de novembro para 6,7 por dólar nesta quarta-feira (31), um aumento de cerca de 2,2% no acumulado do ano.

Na segunda-feira (30), o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, enfatizou a importância de aprimorar o papel das finanças na estabilização da macroeconomia e na melhoria dos serviços financeiros para manter o desempenho da economia dentro de uma faixa razoável.

CFP

Núcleo de Estudos Brasil-China da FGV recebe medalha da Fraterna Integração Brasil-China

FGV

O Núcleo de Estudos Brasil-China da Escola de Direito do Rio de Janeiro (FGV Direito Rio) e o professor Evandro Menezes de Carvalho, coordenador do Núcleo, receberam a Cruz do Mérito da Fraterna Integração Brasil-China. A honraria foi criada em 2003, com o objetivo de fortalecer os laços sociais, culturais e econômicos entre os dois países. 

A homenagem e entrega da edição especial de 20 anos da Medalha foi realizada na Cerimônia Solene Mérito Sino-Brasileiro, na Câmara dos Deputados, em Brasília, no dia 26 de janeiro, em meio às celebrações do Ano Novo Chinês. Na solenidade, autoridades do executivo e do legislativo dos dois países receberam o reconhecimento. 

Cresce influência das revistas científicas e tecnológicas da China 

A influência dos periódicos de ciência e tecnologia da China continua a crescer. Cada vez mais esses títulos estão sendo incluídos nos principais sistemas globais. A informação consta em um relatório divulgado pelo Instituto de Informações Científicas e Técnicas do Ministério de Ciência e Tecnologia.

Em 2021, um total de 235 periódicos científicos e tecnológicos chineses foram incluídos no Science Citation Index (SCI) e 274 no Engineering Index (Ei), aponta o documento.

Com a crescente influência das revistas científicas e tecnológicas chinesas, resultados de estudos científicos cada vez mais importantes da China estão sendo publicados em revistas chinesas, observou o relatório.

Em 2021, o Banco de Dados de Citações e Documentos Científicos e Técnicos da China (CSTPCD, da sigla em inglês) incluiu 1.976 periódicos científicos e tecnológicos chineses e 150 ingleses.

Com informações da Xinhua, CGTN e Global Times