CHINA EM FOCO

Na ONU, China faz um apelo à moderação sobre tensões entre Palestina e Israel

Representante chinês permanente nas Nações Unidas, Zhang Jun, pede que escalada de violência seja contida na região durante reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU

Créditos: Xinhua - Representante permanente da China na ONU, Zhang Jun, fez um apelo às partes relevantes para exercerem contenção diante da recente escalada de tensões e violência entre Palestina e Israel.
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O representante permanente da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, fez um apelo às partes relevantes para exercerem contenção diante da recente escalada de tensões e violência entre Palestina e Israel. A declaração do diplomata foi feita durante reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (8).

Em sua fala, Zhang manifestou que a China tem séria preocupação com os intensos confrontos entre Israel e grupos armados em Gaza, e está profundamente preocupada com as perspectivas de uma maior deterioração da situação. 

A China condena todas as formas de violência e ataques contra civis e apela a todas as partes relevantes para que exerçam a máxima contenção para evitar uma nova escalada do conflito, instando a alcançar um cessar-fogo o mais rapidamente possível.

Proteção a cidadãos chineses em Palestina e Israel

Xinhua - Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Mao Ning, detalha mecanismo de proteção consular em Israel e na Palestina

Já nesta segunda-feira (9), o Ministério das Relações Exteriores da China ativou imediatamente o mecanismo de proteção consular de emergência à medida que a situação entre Israel e Palestina se deteriora

Devido à escala sem precedentes do recente conflito entre Israel e Palestina, o Ministério das Relações Exteriores da China anunciou nesta segunda-feira (9) que ativou imediatamente o mecanismo de proteção consular de emergência, coordenando e envolvendo-se no trabalho de proteção de cidadãos chineses e instituições na Palestina e em Israel.

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Mao Ning, fez essas declarações durante uma coletiva de imprensa de rotina. Quando perguntada se a diplomacia chinesa tinha informações sobre como os cidadãos do país na região estavam sendo afetadas e que tipo de ajuda o ministério forneceria a elas.

Mao lembrou aos cidadãos chineses que não viajem para a Palestina ou Israel e pediu àqueles que já estão lá que acompanhem de perto a situação de segurança no local, tomem precauções extras e evitem sair ao ar livre.

Em caso de emergência, instamos que entrem em contato com a Embaixada da China em Israel e o Escritório para a Palestina para obter ajuda.

Relatos de um chinês em Tel Aviv

"Já experimentei cinco alertas de defesa aérea, com quatro no sábado e um hoje", disse um chinês de sobrenome Chen, que está em Tel Aviv, Israel, nesta segunda-feira. Ele observou que foi assustador acordar com o som de bombas.

Chen disse que, devido ao conflito, muitos voos foram atrasados ou cancelados, e havia significativamente menos pessoas nos aeroportos em comparação com o habitual. No entanto, Chen observou que a vida atual ainda é relativamente estável, com suprimentos suficientes e preços estáveis, e não houve incidentes em larga escala de compras de pânico ou estocagem.

Hoje, basicamente trabalhei em casa, e alguns dos meus colegas foram convocados. Em geral, a vida é tensa, mas ordenada, enquanto os locais podem ter se acostumado com isso.

Lin, outro chinês que está morando atualmente em Nahariya, a cidade costeira mais ao norte de Israel, disse também nesta segunda-feira que não houve ataques de foguetes na parte norte de Israel, ao contrário da parte sul.

No entanto, todas as escolas estão fechadas, e muitas pessoas não estão trabalhando. As ruas estão desertas, com muito poucas pessoas.

De acordo com a Câmara de Comércio China-Israel no domingo, três chineses ficaram feridos em ataques e estão recebendo tratamento médico, e outros quatro estão desaparecidos.

Alerta da Embaixada da China em Israel

Além disso, a Embaixada da China em Israel emitiu um alerta de segurança de emergência no sábado (7), lembrando os cidadãos chineses no país a prestarem atenção à situação local de segurança e a se abrigarem em abrigos antiaéreos assim que ouvirem os alertas de defesa aérea.

Também no sábado, o Escritório da China no Estado da Palestina emitiu outro alerta de segurança para manter contato com os cidadãos chineses locais e garantir sua segurança.

De acordo com relatos da mídia na segunda-feira, o ministro da Defesa de Israel ordenou um "cerco total" à Faixa de Gaza, acrescentando que um bloqueio total na cidade significa que nenhuma eletricidade, comida ou combustível poderá entrar na região.

Posição de Xi Jinping sobre questão da Palestina

Xinhua - Presidente chinês, Xi Jinping, discursa durante a Primeira Cúpula China-Estados Árabes, em dezembro de 2022

No dia  9 de dezembro de 2022, o presidente da China, Xi Jinping, fez um discurso durante a cerimônia de abertura da Primeira Cúpula China-Estados Árabes, realizada em Riade, Trecho do Discurso de Abertura proferido pelo Presidente Chinês Xi Jinping intitulado "Promovendo o Espírito da Amizade China-Arábia e Construindo em Conjunto uma Comunidade China-Arábia com um Futuro Compartilhado na Nova Era" na Cerimônia de Abertura da Primeira Cúpula China-Estados Árabes, Riade, Arábia Saudita.

Confira um trecho da fala de Xi:

"A questão palestina afeta a paz e a estabilidade no Oriente Médio. As injustiças históricas cometidas contra o povo palestino não devem ser deixadas sem solução indefinidamente. Os direitos e interesses legítimos de uma nação não estão sujeitos a negociações, e a demanda pela criação de um estado independente não deve ser negada.

A comunidade internacional deve manter firme seu compromisso com a solução de dois estados e com o princípio de 'terra por paz', envidar esforços decididos para promover negociações de paz, fornecer mais assistência humanitária e de desenvolvimento à Palestina e trabalhar para uma solução justa da questão palestina o mais cedo possível.

Recentemente, por meio dos esforços dos estados árabes, importantes avanços foram feitos na reconciliação intrapalestina. A China saúda esses desenvolvimentos. Gostaria de reiterar que a China apoia firmemente o estabelecimento de um Estado independente da Palestina, que desfrute de plena soberania com base nas fronteiras de 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital.

A China apoia a Palestina em se tornar um membro pleno das Nações Unidas e continuará a fornecer assistência humanitária à Palestina, apoiar projetos de subsistência no país e aumentar as doações para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA)."

Com informações da CGTN e Global Times