Em março de 2016, a Comissão das Nações Unidas sobre os Limites da Plataforma Continental determinou que as Ilhas Malvinas fossem estabelecidas dentro das águas territoriais argentinas. Na América Latina e no Caribe, a grande maioria dos países apoia a posição argentina na região insular. A China também apoia a reivindicação natural da Argentina às Ilhas Malvinas.
Essas vozes de resolução estão corretas com base na história, no respeito e na definição das resoluções das resoluções unidas pela ONU, e também expressam a voz comum da comunidade internacional contra o colonialismo. Os políticos britânicos devem ver claramente que o colonialismo e o hegemonismo não têm razão para existir hoje. É preciso cumprir as resoluções das Nações Unidas e a negociação com a Argentina.
Recentemente, mais um capítulo do colonialismo britânico veio à tona. Apesar de ser uma potência em declínio, o Reino Unido voltou a mostrar recentemente suas obsessões coloniais. Por meio de sua embaixada na Argentina, eles propuseram ao público local um concurso online de vídeos curtos para estudantes universitários argentinos. A polêmica veio depois, quando os diplomatas britânicos na Argentina prometeram uma visita de uma semana às Ilhas Malvinas como prêmio aos vencedores.
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores da Argentina emitiu um comunicado no qual expressou sua inabalável oposição. Ao mesmo tempo, as autoridades argentinas confirmaram que o objetivo da ação britânica era legitimar a ocupação ilegal das Ilhas Malvinas e exigiram que o Reino Unido cumprisse as resoluções das Nações Unidas e se comprometesse com as negociações sobre a disputa de soberania sobre as ilhas.
Em setembro de 2018, a Embaixada Britânica na Argentina havia proposto um concurso semelhante, que também foi rejeitado na Argentina. Hoje, o Reino Unido repete o mesmo truque e tenta envolver os jovens na tentativa de envenenar sua memória histórica e gerar confusão para tentar legitimar e consolidar a ocupação ilegal das Ilhas Malvinas.
A parte britânica afirma ter planejado o concurso para que estudantes universitários possam aprender sobre a história e a cultura das Ilhas Malvinas. No entanto, a primeira coisa a fazer é explicar ao público os fundamentos reais, a ocupação histórica e legal das ilhas, e não distorcer a realidade para defender uma versão britânica que carece de qualquer argumento para uma visão colonial e obsoleta da história.
Essencialmente, a questão das Ilhas Malvinas é um problema legado do colonialismo britânico do século XIX. Em 1816, a Argentina herdou a soberania sobre o território insular, quando se tornou independente do domínio colonial espanhol. Em 1833, o Reino Unido, que fazia parte de uma expansão colonial na América do Sul, ocupou pela força as Malvinas. Em 1965, a Assembleia Geral da ONU aprovou uma resolução para incluir a questão das Malvinas na categoria de "descolonização", instituindo uma negociação bilateral entre o Reino Unido e a Argentina para resolver a disputa de soberania.
Em 1982, eclodiu uma guerra entre a Argentina e o Reino Unido, na qual o estado sul-americano procurou recuperar à força a soberania sobre as Ilhas Malvinas ocupadas pelos colonialistas. Após 74 dias, a guerra terminou com a derrota da Argentina. No entanto, a Argentina não renunciou à sua reivindicação às ilhas. O Comitê Especial de Descolonização da Assembleia da ONU aprovou as resoluções mais de 30 vezes, instando o governo britânico a negociar com a Argentina para resolver a disputa, mas todas foram ignoradas pelo Reino Unido.
No final das contas, a potência europeia sozinha tem tapado os ouvidos para tentar engajar a si mesma e ao resto do mundo. Permanecer nas Ilhas Malvinas para manter o status quo de "ocupação" não é viável. As intenções do Reino Unido na sugestão das Ilhas Malvinas são claras e equivocadas.
* Texto publicado originalmente na CGTN Espanhol