No dia 9 de maio de 1945, a Segunda Guerra Mundial chegou ao fim. A União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) venceu a Grande Guerra Patriótica e derrotou a Alemanha nazista.
Para marcar o 77º aniversário da derrota nazista pelo Exército Vermelho, a Rússia realiza todos os anos o desfile militar do Dia da Vitória na Praça Vermelha de Moscou, o que ocorreu nesta segunda-feira (9) a despeito do conflito em curso na Ucrânia.
A China, em memória desse feito da humanidade, pediu que a comunidade internacional proteja em conjunto os resultados dessa vitória sobre o nazifascismo e defenda o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu núcleo.
Nesta segunda-feira, durante coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, comentou a vitória da Guerra Mundial Antifascista. Ele afirmou que o êxito foi alcançado por meio de esforços conjuntos de todos os países e pessoas amantes da paz em todo o mundo.
Zhao observou que a vitória estabeleceu uma base importante para o estabelecimento da ordem internacional do pós-guerra.
"A comunidade internacional deve salvaguardar conjuntamente os resultados da vitória da Segunda Guerra Mundial, defender firmemente o sistema internacional com a ONU em seu núcleo e a ordem internacional sustentada pelo direito internacional, praticar o verdadeiro multilateralismo e manter a paz e a tranquilidade mundiais".
Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian
Uma lição importante que o mundo pode aprender com a vitória é que os países devem se comprometer com o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a busca de um terreno comum ao mesmo tempo em que reservam as diferenças, disse Zhao.
O porta-voz chinês ressaltou que é preciso defender uma visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável, e respeitar e abordar as preocupações legítimas de segurança de cada país.
O confronto, a divisão e o conflito devem ser substituídos por diálogo, solidariedade e cooperação, acrescentou, chamando-o de única maneira de manter a paz mundial e promover o dNormalesenvolvimento comum.
China enfatiza a necessidade de trazer mais estabilidade para uma era de instabilidade
A China destacou a necessidade de trazer mais estabilidade e certeza a uma era de instabilidade e transformação em razão das mudanças complexas em andamento no cenário internacional e um aumento acentuado das dificuldades e desafios para a segurança e o desenvolvimento globais.
A avaliação foi feita pelo presidente da China, Xi Jinping, durante uma reunião virtual com o chanceler alemão Olaf Scholz nesta segunda-feira (9). O líder chinês pediu que os dois países trabalhem juntos para manter um relacionamento sólido e estável para contribuir significativamente para a paz e a tranquilidade mundiais.
Xi disse que é particularmente importante para a China e a Alemanha, ambos países de influência substancial, manter um crescimento sólido e constante dos laços bilaterais e aproveitar melhor o papel estabilizador, construtivo e orientador desse relacionamento.
O presidente chinês ressaltou que os dois lados podem dialogar em áreas como mudança climática, política macroeconômica, estabilidade financeira, segurança energética, segurança alimentar e estabilidade das cadeias industriais e de suprimentos.
China e Alemanha também devem explorar o potencial de cooperação, como em novas tecnologias, incluindo proteção ambiental, comércio de serviços, inteligência artificial e digitalização. Os dois lados devem defender o verdadeiro multilateralismo, a equidade e a justiça internacionais, promover uma economia mundial aberta e tornar o desenvolvimento global mais equilibrado, coordenado e inclusivo, comentou Xi.
Scholz observou o desenvolvimento muito bom das relações Alemanha-China nos últimos anos e pediu aos dois lados que mantenham a boa tradição e mantenham o bom ritmo das relações bilaterais.
Os dois países terão um diálogo sobre a manutenção de cadeias de suprimentos globais estáveis, coordenação de políticas macroeconômicas e outros, e vão intensificar a cooperação em uma ampla gama de áreas, incluindo comércio e investimento, mudanças climáticas e resposta à Covid-19, disse o líder alemão.
Scholz acrescentou que a Alemanha saúda o compromisso da China de expandir a abertura de alto padrão, o que trará mais oportunidades ao país.
China e Alemanha, agora parceiros estratégicos completos, comemorarão o 50º aniversário do estabelecimento de laços diplomáticos em outubro.
'Relação China-Europa não controlada por terceiros'
Xi ressaltou que a China e a UE são parceiros estratégicos abrangentes e oportunidades um do outro, e que os dois lados têm muito mais interesses comuns do que diferenças. Ele reiterou que o país asiático apoia a autonomia estratégica dos europeus.
"A relação China-Europa não é visada, subjugada ou controlada por terceiros", disse Xi, observando que é um consenso estratégico que ambos os lados devem seguir no longo prazo.
Diante de crises geopolíticas, a China e a UE precisam defender o diálogo e a cooperação e compensar mudanças complexas no cenário internacional com a estabilidade das relações China-UE.
Xi expressou sua esperança de que a Alemanha desempenhe um papel positivo no desenvolvimento estável e sólido das relações China-UE.
Scholz, por sua vez, disse que a Alemanha está preparada para melhorar a comunicação e a coordenação com a China na frente multilateral e promover o desenvolvimento sólido das relações Europa-China.
"Crise da Ucrânia coloca segurança europeia numa encruzilhada"
Sobre a situação na Ucrânia, Xi disse que a China vem trabalhando à sua maneira para promover a paz e acalmar as tensões.
A crise na Ucrânia mais uma vez colocou a segurança europeia em uma encruzilhada, disse ele, acrescentando que é importante fazer todos os esforços para evitar que o conflito se intensifique ou se amplie a um ponto sem retorno.
O presidente chinês pediu ao lado europeu que mostre responsabilidade histórica e sabedoria política, tenha em mente a estabilidade de longo prazo da Europa e promova uma solução de maneira responsável.
"A segurança da Europa deve ser mantida nas mãos dos próprios europeus", disse ele.
A China reiterou em muitas ocasiões que apoia a Europa a desempenhar um papel positivo na promoção das negociações de paz e no eventual estabelecimento de uma arquitetura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável.
China pede que União Europeia pare de se intrometer nos assuntos de Hong Kong
A China expressou forte desaprovação e firme rejeição à declaração do alto representante da União Europeia (UE) para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, sobre a eleição do executivo-chefe da Região Administrativa Especial de Hong Kong (RAEHK).
Em um comunicado, Borrell afirmou que a UE vê a eleição como "uma violação dos princípios democráticos e do pluralismo político", chamando-a de "mais um passo no desmantelamento do 'um país, dois sistemas'.
Nesta segunda-feira (9), a Missão Chinesa na UE respondeu às declarações de Borrel e declarou que o bloco europeu ignorou o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais, caluniou descaradamente a eleição de Hong Kong e interferiu grosseiramente nos assuntos internos da China.
A China pediu aos políticos da UE que parem de se intrometer nos assuntos de Hong Kong. A eleição foi realizada com sucesso no domingo (8) com John Lee eleito com 99,16% dos votos como chefe do executivo.
China pede ao mundo que ouça mais vozes asiáticas neste "momento asiático"
O conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, pediu que o mundo ouça mais as vozes asiáticas com a governança global entrando no "momento asiático".
Wang fez a declaração neste domingo (8) durante uma reunião com o vice-primeiro-ministro cambojano e ministro das Relações Exteriores, Prak Sokhonn, por meio de videochamada.
O ministro das Relações Exteriores chinês observou que o mundo tem enfrentado novos desafios globais. Ele afirmou que o lado chinês apresentou a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global para construir um sistema de governança global mais justo e equitativo para construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade.
Wang garantiu que a China está pronta para trabalhar com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) para implementar as duas iniciativas nesta região e defender a paz, a estabilidade, a prosperidade e o desenvolvimento regionais.
A partir do próximo mês, China, Camboja, Indonésia e Tailândia sediarão, sucessivamente, a Reunião de Líderes do BRICS, as reuniões sobre cooperação dos líderes do Leste Asiático, a Cúpula de Líderes do G20 e a Reunião de Líderes Econômicos da APEC, informou Wang.
O ministro ressaltou que este é um o "momento asiático" para a governança global e a comunidade internacional espera que a Ásia desempenhe um papel de liderança nesse sentido.
A China, afirmou Wang, está disposta a trabalhar com os três países para enviar uma forte mensagem do compromisso da Ásia em promover a paz e o desenvolvimento, além de defender o multilateralismo, e fazer a contribuição da Ásia para enfrentar os desafios globais.
O ministro também enfatizou que o lado chinês acredita que o mundo deveria ouvir mais a voz da Ásia, respeitar sua posição e aproveitar sua sabedoria. Ao mesmo tempo, ele analisou que os países asiáticos devem se proteger conjuntamente contra a mentalidade da Guerra Fria que prejudicará a paz e o desenvolvimento na região.
Embora a China dê as boas-vindas aos países de fora da região para desempenhar um papel positivo e construtivo na promoção da paz e do desenvolvimento na região, não aceita nenhuma ação que prejudique a paz e a estabilidade regionais ou a solidariedade e a cooperação, pontuou Wang.
Sokhonn disse que o Camboja apoia a Iniciativa de Desenvolvimento Global e a Iniciativa de Segurança Global. Ele disse acreditar que essas duas iniciativas são de particular importância nas circunstâncias atuais e gostaria de realizar uma cooperação estreita com a China a esse respeito.
O vice-primeiro-ministro cambojano observou que o mundo de hoje é muito complexo e requer a abordagem correta para vários desafios. Ele afirmou que a ASEAN responderá adequadamente a vários desafios, manterá relações amistosas e cooperativas com parceiros de diálogo, defenderá a unidade e centralidade da entidade e salvaguardará a paz, a estabilidade e o desenvolvimento regionais.
Crescimento do comércio da China em abril acima das expectativas
As importações e exportações totais da China cresceram anualmente 7,9%, para 12,58 trilhões de yuans nos primeiros quatro meses de 2022, mostraram dados oficiais na segunda-feira (9). Em dólares americanos, o comércio exterior total chegou a 1,98 trilhão de dólares no período, um aumento anual de 10,1%, segundo a Administração Geral de Alfândegas.
Enfrentamento à Covid-19 em Xangai e Pequim
Xangai, o centro financeiro da China, estabeleceu locais fixos e móveis para realizar testes de ácido nucleico em áreas como comunidades residenciais, escritórios, parques empresariais e nas proximidades de estações de metrô e outras estações de transporte público, de acordo com a situação epidêmica.
Já a capital Pequim, para interromper rapidamente a propagação do vírus e conter a pandemia, tem realizado triagem regional de testes de ácido nucleico desde sábado (7) em três distritos da cidade, incluindo Chaoyang, Fengtai e Fangshan, além de comunidades de outros distritos onde foram relatados casos de Covid-19 desde 25 de abril.