ORIENTE MÉDIO

Veja o que se sabe até o momento sobre conflito entre Israel e Irã

Ataques entre os dois países preocupam comunidade internacional por envolver alvos nucleares

O que se sabe sobre o conflito.Créditos: IRNA (captura de tela de emissora israelense mostra fumaça em Tel Aviv
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Na noite desta quinta-feira (12), Israel atacou o Irã com 200 caças, lançando mais de 300 munições em mais de 100 alvos, iniciando um tenso conflito entre os dois países, que pode escalar para ataques nucleares. Os bombardeios israelenses atingiram bases nucleares e militares do Irã, como a usina de Natanz, centro do programa nuclear iraniano, e mataram três de seus mais altos comandantes, além de cientistas. 

Após os ataques, o Irã respondeu que tanto Israel quanto os Estados Unidos iriam "pagar caro". O Aiatolá Ali Khamenei, líder iraniano, afirmou que Israel receberá "um destino amargo". Até o momento, as informações são de uma retaliação, na tarde desta sexta-feira (13), com o lançamento de mísseis balísticos e drones contra diversas cidades israelenses. Explosões foram ouvidas em Jerusalém e Tel Aviv.

Por que Israel atacou o Irã

Israel justificou os ataques como uma forma de conter o programa militar do Irã, que estaria desenvolvendo armas nucleares. O país israelense classificou o Irã como uma "ameaça iminente".

A Embaixada de Israel no Brasil emitiu uma nota afirmando que o Irã estaria buscando a "aniquilação do Estado de Israel" por meio de um "extenso e clandestino programa de armas nucleares". Segundo o país, o Irã teria enriquecido nove bombas nucleares nos últimos três meses. 

Por outro lado, o Irã afirmou que seu desenvolvimento nuclear é voltado apenas para fins civis. 

Retaliação do Irã

Na tarde desta sexta-feira (13), o Irã retaliou os ataques de Israel com bombardeiros em Tel Aviv e Jerusalém. As autoridades israelenses emitiram diversos alertas para a população procurar abrigos. Nas redes sociais,  o Ministério das Relações Exteriores confirmou os ataques e afirmou que tomará "todas as medidas necessárias para proteger o povo de Israel". 

Os ataques aconteceram no momento em que o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, general Effie Defrin, fazia uma coletiva de imprensa para detalhar a Operação Leão em Ascensão. Segundo Israel, a maioria dos mísseis foi interceptada. No entanto, pelo menos sete locais em Tel Aviv foram atingidos por destroços, resultando em civis feridos com gravidade. Até o momento não há confirmação de vítimas fatais. 

Ameaça nuclear?

O conflito entre os dois países gerou uma grande preocupação sobre a ameaça de ataques nucleares. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) das Nações Unidas (ONU) chegou a emitir um comunicado pedindo que instalações nucleares não sejam atingidas. 

“Instalações nucleares jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias, pois isso pode prejudicar tanto as pessoas quanto o meio ambiente. Tais ataques têm sérias implicações para a segurança, a proteção e as salvaguardas nucleares, bem como para a paz e a segurança regionais e internacionais”, disse o diretor-geral da organização, Rafael Mariano Grossi.

Ele ainda destacou que resoluções da Conferência Geral da Agência já definiram que “qualquer ataque armado e ameaça contra instalações nucleares destinadas a fins pacíficos constitui uma violação dos princípios da Carta da ONU, do direito internacional e do Estatuto da Agência". 

Reunião do Conselho de Segurança da ONU

Ainda nesta sexta (13), o Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para debater o conflito. O encontro foi convocado pelo Irã com apoio da Rússia e da China. Em carta enviada ao órgão, o Irã afirmou que “o regime israelense e seu apoiador, ou seja, os Estados Unidos, devem ser totalmente responsabilizados por esses flagrantes ataques ao direito internacional e suas graves consequências”.

Até o momento, não há informações sobre as discussões do Conselho. 

Posicionamento do governo brasileiro

O governo brasileiro se posicionou sobre o conflito, através do Ministério de Relações Exteriores (Itamaraty), e afirmou que o ataque de Israel é uma clara violação ao direito internacional e pede para que ocorra o exercício da "máxima contenção" e pelo fim das hostilidades.

"O governo brasileiro expressa firme condenação e acompanha com forte preocupação a ofensiva aérea israelense lançada na última madrugada contra o Irã, em clara violação à soberania desse país e ao direito internacional. Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial. O Brasil insta todas as partes envolvidas ao exercício da máxima contenção e exorta ao fim imediato das hostilidades", destacou a nota brasileira.

Políticos brasileiros em Israel

Também há informações de que políticos brasileiros estão em Israel divididos em duas delegações, devido a uma missão oficial em Tel Aviv e outras cidades. Ao todo, 25 políticos integram os grupos, sendo que 10 deles já tiveram sua segurança confirmada pela imprensa. Todos estão em áreas protegidas, de acordo com a embaixada, mas o retorno ao Brasil só será possível após a reabertura do espaço aéreo israelense.

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