VATICANO

Robert Prevost: conheça a história do Papa Leão XIV na América Latina

Novo bispo de Roma foi missionário no Peru e era figura central no papado de Francisco

Robert Prevost, Papa Leão XIV, no Peru
Robert Prevost, Papa Leão XIV, no PeruCréditos: Wikimedia Commons
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Robert Prevost, o novo Papa, chegou ao Peru pela primeira vez como jovem missionário agostiniano e, a partir do país andino, partiu como bispo rumo ao Vaticano para se tornar uma figura central no governo do papa Francisco.

Prevost, de 69 anos, é o primeiro pontífice norte-americano… e peruano, já que obteve a nacionalidade em 2015. Sua reputação de moderado e de construtor de pontes pode, além disso, ser crucial em um momento em que a Igreja aparece muito dividida.

"Muito por fazer"

Prevost passou um terço de sua vida nos Estados Unidos. O restante, entre a Europa e a América Latina — uma das periferias do mundo de onde também era o argentino Jorge Mario Bergoglio.

O jornal italiano La Repubblica o chamou de “o menos americano dos americanos” pela moderação de suas palavras.

A ideia de um papa norte-americano esteve descartada por séculos em Roma, fosse pela distância — estavam tão longe que normalmente chegavam tarde aos conclaves — ou por decisões geopolíticas.

Segundo o site especializado Crux, ter um pontífice da primeira potência mundial gerava ainda o temor de que a CIA pudesse interferir na Igreja.

Arcebispo emérito de Chiclayo, a cerca de 750 km ao norte de Lima, Prevost deixou o Peru para se somar ao governo vaticano, onde dirigiu o importante dicastério para os Bispos, que tem a função relevante de aconselhar o papa sobre as nomeações dos hierarcas da Igreja.

Após a morte de Francisco, Prevost disse que ainda havia “muito por fazer” na transformação da Igreja.

“Não podemos parar, não podemos retroceder. Temos que ver como o Espírito Santo quer que a Igreja seja hoje e amanhã, porque o mundo de hoje, no qual a Igreja vive, não é o mesmo que o mundo de 10 ou 20 anos atrás”, disse no mês passado ao Vatican News.

“A mensagem é sempre a mesma: proclamar Jesus Cristo, proclamar o Evangelho, mas a maneira de chegar às pessoas de hoje, aos jovens, aos pobres, aos políticos, é diferente”, acrescentou.

Missionário no Peru

Ele foi um dos cardeais mais próximos de Francisco, cujo pontificado gerou resistências nos setores mais conservadores.

Mas, ao mesmo tempo, sua sólida formação em Direito Canônico tranquiliza esses círculos que buscam uma abordagem mais centrada na Teologia.

Prevost nasceu em 14 de setembro de 1955 em Chicago e frequentou um seminário menor da Ordem de Santo Agostinho em St. Louis como noviço, antes de se graduar em Matemática na Filadélfia.

Poliglota, estudou Direito Canônico em Roma, onde também obteve um doutorado.

Juntou-se aos agostinianos no Peru em 1985, para a sua primeira missão no país andino.

Ao retornar a Chicago em 1999, foi nomeado prior provincial dos agostinianos naquela região dos EUA e, posteriormente, prior geral da ordem no mundo inteiro.

Retornou ao Peru em 2014, quando Francisco o designou administrador apostólico da diocese de Chiclayo.Quase uma década depois, entrou na cúria em substituição ao cardeal canadense Marc Ouellet, que foi acusado de agredir sexualmente uma mulher e renunciou por motivos de idade. Na ocasião, Francisco o nomeou também presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina.

ams-jt/mb
© Agence France-Presse

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