A palavra contraste é a mais adequada para resumir o local que abriga a maior mina de ouro da América do Sul. Ela está localizada na cidade de Cajamarca, no norte do Peru, região que, apesar da riqueza mineral, sofre com altos índices de pobreza.
Chamada de Yanacocha, a mina é responsável por uma parte significativa da produção peruana de ouro. Aliás, é considerada um dos depósitos mais importantes do mundo.
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O complexo contribuiu, em 2024, com 10,2% da produção de ouro do país, superando 11 milhões de gramas finos extraídos no ano.
Apesar do símbolo de riqueza, Cajamarca é a região mais pobre do Peru. Os números são preocupantes: 4 em cada 10 moradores vivem abaixo da linha da pobreza.
O cenário aponta para um grave desequilíbrio entre os ganhos oriundos da mineração e a qualidade de vida da população local.
Localizada entre 3.500 e 4.100 metros de altitude, a mina de Yanacocha está fica a aproximadamente 800 quilômetros de Lima, capital peruana. Suas operações abrangem regiões das bacias da Quebrada Honda, Rio Chonta, Rio Porcón e Rio Rejo.
A mina foi responsável por 13,1% da produção de ouro do país, no primeiro trimestre de 2025. Somente em março, foram extraídos mais de 1,1 milhão de gramas finos, de um total de 8,6 milhões produzidos no país todo.
A produção total de ouro no Peru, em 2024, ultrapassou 107 milhões de gramas finos, com Yanacocha à frente das outras mineradoras, segundo informações do Diário do Litoral.
E a pobreza continua
Mesmo sendo destaque internacional, por causa de Yanacocha, Cajamarca não sente os reflexos da mineração, pelo menos parte significativa da população.
Outro dado alarmante: em 2024, 40,5% dos habitantes da região viviam em situação de pobreza monetária, conforme informações do Instituto Nacional de Estatística e Informática (INEI).
O órgão classifica situação de pobreza monetária quem vive em residências cujos gastos são insuficientes para cobrir a cesta básica.
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