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Justiça derruba decisão de Trump e abre Harvard a estudantes estrangeiros

Universidade venceu queda de braço com presidente extremista que impõem verdadeira cruzada xenófoba desde que voltou à Casa Branca. Veja a decisão

Créditos: Sophie Park/AFP
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A administração Trump ultrapassou mais uma fronteira em sua cruzada isolacionista: tentou impedir a presença de estudantes estrangeiros em Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do planeta. A iniciativa, carregada de xenofobia, foi barrada nesta sexta-feira (23) pela Justiça dos EUA, após uma ação movida pela própria instituição.

O Tribunal Federal de Boston acatou a queixa apresentada pela direção de Harvard, suspendendo imediatamente a medida do Departamento de Segurança Interna que previa a revogação de vistos de cerca de 7 mil estudantes internacionais, o equivalente a um quarto do corpo discente da famosa universidade.

A juíza Allison Burroughs, responsável pela decisão, impôs a paralisação da ordem até que novos desdobramentos ocorram. Harvard alegou na ação que a decisão governamental era uma "violação flagrante" da Constituição norte-americana e denunciou os "efeitos devastadores" que a exclusão provocaria.

“Sem seus estudantes internacionais, Harvard não é Harvard”, declarou a instituição na ação judicial.

Repressão disfarçada de exigência burocrática

A medida extrema foi justificada pelo governo como uma retaliação pelo suposto descumprimento de solicitações burocráticas. Harvard teria se negado a entregar documentos sobre seus estudantes estrangeiros, o que levou o Departamento de Segurança Interna a exigir que esses alunos fossem transferidos para outras instituições, sob pena de deportação.

A secretária de Segurança Interna chegou a enviar uma carta formal acusando Harvard de manter um “ambiente hostil para estudantes judeus”, promover simpatias ao Hamas e adotar políticas raciais inaceitáveis. A universidade rebateu com firmeza e classificou a ação como ilegal e arbitrária.

Impacto direto na vida dos estudantes

A tentativa do governo Trump de remodelar a política educacional com base em critérios nacionalistas afetava de forma ainda mais dramática alguns alunos, como aqueles que se formam em breve, o que estão bem em meio ao curso e, sobretudo, os novos aprovados este ano letivo de 2025.

Harvard, por sua vez, comunicou que segue orientando os alunos e busca reverter a situação. A universidade foi intimada a entregar em até 72 horas uma série de registros de protestos e dados disciplinares, exigências consideradas abusivas e com forte teor de intimidação política.

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