DONALD TRUMP

Genocídio branco? Trump acusa África do Sul com imagens do Congo para defender narrativa racista

Armadilha dos EUA contra o presidente sul-africano foi completamente baseada em mentiras; entenda, ponto a ponto

Trump exibe fotos de conflito entre Congo e Ruanda para falar da África do Sul
Trump exibe fotos de conflito entre Congo e Ruanda para falar da África do SulCréditos: JIM WATSONAFP
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O encontro entre o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e Donald Trump, no Salão Oval, foi uma das principais manchetes internacionais da quarta-feira (21).

O estadunidense exibiu a Ramaphosa imagens de um enterro na cidade de Goma, na República Democrática do Congo, como se fossem provas do suposto "genocídio branco" que estaria em curso na África do Sul.

Desde sua chegada à Casa Branca, o ex-presidente Donald Trump frequentemente tem reforçado essa acusação. Mas do que ele está falando?.

A "genocídio", no caso, gira em torno da política de reforma agrária promovida pelo governo sul-africano, que prevê a desapropriação de terras historicamente controladas por afrikaners — descendentes dos colonizadores europeus que foram os pilares do regime do apartheid.

Embora a política contemple compensações aos expropriados e não tenha resultado em mortes, Trump usou o termo "genocídio" para descrevê-la.

Além das fotos falsas exibidas, Trump também decidiu projetar a Ramaphosa um vídeo do líder de esquerda Julius Malema, do partido Guerreiros pela Liberdade Econômica, no qual Malema entoa um canto popular de resistência ao apartheid que contém palavras de ordem como “morte aos boêres”.

O problema é que Malema faz parte do bloco de oposição ao presidente. Na verdade, a coalizão de Ramaphosa inclui o Partido Nacional, historicamente ligado aos afrikaners e bôeres.

Durante o encontro, Ramaphosa respondeu com firmeza às insinuações de Trump. Segundo a CNN, ele ironizou as acusações dizendo:

“Se houvesse um genocídio, posso apostar que esses três cavalheiros não estariam aqui. Incluindo meu ministro da Agricultura, ele não estaria comigo”, referindo-se a membros brancos de sua delegação — entre eles os renomados golfistas Retief Goosen e Ernie Els, além do próprio ministro da Agricultura da África do Sul, John Henry Steenhuisen.

 

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