CIDADES

As cidades mais baratas do mundo para se viver, de acordo com o Economist

O relatório Custo de Vida Mundial (WCOL, na sigla em inglês), do Economist Group, classifica as cidades com o menor custo de vida do mundo; confira a lista

Prédios em Tashkent (Uzbequistão)..Créditos: Wikimedia Commons
Escrito en GLOBAL el

O último relatório Custo de Vida Mundial (World Cost of Living, ou WCOL, na sigla em inglês) da revista britânica The Economist revelou, de acordo com um levantamento de 2023, as dez cidades mais baratas do mundo para se viver.

Os dados de custo de vida são cruzados com um outro ranking elaborado pela revista: o "Global Liveability Index", que avalia as condições de vida de 173 cidades do mundo de acordo com critérios como qualidade de vida urbana, saúde, cultura, meio ambiente, educação e infraestrutura.

A cidade mais barata eleita pela lista de custo de vida ocupou a última posição (173° lugar) em "habitabilidade".

A mesma coisa ocorreu com as demais cidades consideradas as mais baratas para se viver: os primeiros lugares da lista são também os últimos no ranking de condições de vida.

Muitas das cidades da lista passam por crises inflacionárias e instabilidades socioeconômicas, mas ainda registram preços mais acessíveis em mantimentos, produtos domésticos e moradia, de acordo com o levantamento.

1º lugar: Damasco (Síria)

Ruas centrais de Damasco (Síria).
Créditos: Wikimmedia Commons

Uma das capitais mais antigas do mundo, Damasco é marcada pela crise humanitária e a instabilidade política instauradas na região desde 2011, quando teve início sua guerra civil, Damasco é considerada insegura, registra falta de acesso a serviços básicos e altos níveis de pobreza.

De acordo com a agência da ONU para refugiados (ACNUR), o êxodo sírio já alcança mais de 13,5 milhões de pessoas, "forçadas a deixar tudo para trás [para] escapar da guerra".

O custo de vida é baixo para estrangeiros, mas muito alto para os sírios, devido à inflação e à desvalorização da moeda. Alugar um apartamento simples pode custar entre 100 e 300 dólares por mês, dependendo da localização.

Já as refeições são bastante acessíveis: um prato local custa entre 1 e 3 dólares, e as compras mensais em mercado giram em torno de 50 a 150 dólares.

2º lugar: Teerã (Irã)

Vista aérea de Teerã (Irã), da Torre Milad.
Créditos: Wikimmedia Commons

A capital do Irã também passa por uma crise habitacional e inflacionária ligada às instabilidades políticas (principalmente as sanções sofridas por parte dos EUA e seus aliados).

Apesar disso, tem um custo de vida moderado, com grande variação entre bairros. Um apartamento de um quarto, por exemplo, pode custar entre 200 e 500 dólares por mês, mas pode ultrapassar esse valor em áreas centrais.

A alimentação é acessível: refeições locais custam entre 2 e 5 dólares, e o gasto mensal com mercado fica entre 100 e 200 dólares. O controle de preços pelo governo mantém muitos itens básicos baratos, mas produtos importados são caros devido às sanções econômicas.

Em sua passagem pelo Golfo esta semana, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse estar pronto para definir um "acordo nuclear" com o Irã, o que provocou uma queda de 3% nos preços do petróleo (a principal fonte de receita iraniana).

3º lugar: Trípoli (Líbano)

Fortificação em Trípoli (Líbano).
Créditos: Wikimmedia Commons

Trípoli enfrenta instabilidade política e social desde a queda de Muammar Gaddafi, em 2011.

Conflitos entre milícias, um governo fragmentado e a infraestrutura urbana precária resultam em um ambiente difícil. A moeda local, que tem passado por sucessivas desvalorizações, é seguida por um controle de preços que mantém o custo de vida baixo.

O custo de vida é relativamente baixo, embora a instabilidade política afete a economia. O aluguel de apartamentos simples gira em torno de 200 a 400 dólares por mês, e refeições populares custam entre 2 e 4 dólares. 

As compras mensais em mercado ficam entre 100 e 180 dólares. A oferta de produtos, no entanto, pode variar.

4º lugar: Karachi (Paquistão)

Mercado Saddar, em Karachi (Paquistão).
Créditos: Wikimmedia Commons.

A maior cidade do Paquistão, Karachi, lida com desigualdade social, violência urbana e crises energéticas. A moeda paquistanesa também tem passado por desvalorizações.

Apesar de sua importância econômica para o país, problemas com infraestrutura e poluição diminuem a habitabilidade da cidade.

Para uma cidade considerada grande e movimentada, o custo de vida é de baixo a moderado. Alugar um apartamento de um quarto custa entre 100 e 300 dólares por mês, dependendo do bairro. Alimentação é bem acessível: refeições custam entre 1 e 3 dólares, e o mercado mensal pode sair por 80 a 150 dólares.

5º lugar: Tashkent (Uzbequistão)

Prédios em Tashkent (Uzbequistão).
Créditos: Wikimedia Commons

Tashkent combina preços acessíveis com um processo gradual de abertura econômica após anos de isolamento pós-soviético.

A cidade é relativamente segura, com boa oferta de moradia a preços reduzidos.

O custo de vida é vida considerado baixo, principalmente para estrangeiros. Um apartamento de um quarto custa entre 150 e 300 dólares por mês, e refeições em restaurantes locais saem por 2 a 4 dólares. Compras mensais no supermercado ficam entre 100 e 180 dólares. Produtos locais são baratos, mas itens importados podem ser caros.

6º lugar: Túnis (Tunísia)

Praça de Kasbah, em Túnis (Tunísia).
Créditos: Wikimedia Commons

A capital tunisiana passa por um período prolongado de instabilidade econômica desde a Primavera Árabe.

Durante esse período, altas taxas de desemprego, inflação e uma moeda enfraquecida fazem com que o custo de vida seja considerado baixo pelo levantamento.

Apesar dos desafios, Túnis tem infraestrutura urbana e serviços públicos básicos acessíveis, e um custo de vida moderado. O aluguel de um apartamento de um quarto vai de 200 a 400 dólares por mês, e uma refeição local custa entre 3 e 5 dólares. As compras mensais ficam na faixa de 120 a 200 dólares. O país tem boa produção agrícola, o que mantém os preços dos alimentos básicos acessíveis.

7º lugar: Lusaka (Zâmbia)

Região central de Lusaka (Zâmbia).
Créditos: Wikimedia Commons

Apesar de ser o sétimo lugar no levantamento, Lusaka, a capital da Zâmbia, tem um custo de vida considerado alto em comparação com a renda média da população. Os principais gastos estão relacionados à habitação e à alimentação.

Alugar um apartamento de um quarto no centro da cidade pode custar entre 400 e 600 dólares por mês, enquanto nas áreas mais afastadas os valores variam entre 150 e 300 dólares.

Já os custos com alimentação são reduzidos: uma refeição simples em um restaurante local custa entre 3 e 5 dólares, e fazer compras no supermercado para uma pessoa pode chegar a 150 a 250 dólares por mês.

A cidade tem transporte público barato e serviços básicos relativamente acessíveis.

8º lugar: Amedabade (Índia)

Prédios em Amedabade (Índia).
Créditos: Wikimedia Commons

A maior cidade do estado de Guzerate, com cerca de 7,2 milhões de habitantes, Ahmedabad é uma cidade com custo de vida considerado baixo. Um apartamento de um quarto pode custar entre 100 e 250 dólares por mês. Já as refeições locais são muito baratas e custam entre 1 e 3 dólares. As compras mensais giram em torno de 80 a 150 dólares. Os alimentos e serviços são acessíveis, o que torna a cidade uma das mais econômicas para se viver na Índia.

9º lugar: Lagos (Nigéria)

Praça Tinubusquare, em Lagos (Nigéria).
Créditos: Wikimedia Commons

Centro financeiro da Nigéria, Lagos tem um custo de vida paradoxal: embora seja economicamente vibrante, a moeda local desvalorizada e a precariedade nos serviços básicos fazem com que a cidade figure como barata nos rankings internacionais.

O aluguel de um apartamento de um quarto pode variar bastante, entre 300 e 800 dólares por mês, dependendo da área. Refeições simples custam entre 2 e 5 dólares, e o mercado mensal pode chegar a 150 a 250 dólares. A dependência de produtos importados e problemas de infraestrutura encarecem o dia a dia.

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