CONFLITO

Zelensky foge do diálogo e ignora tentativa de cessar-fogo com Rússia; reunião adiada

Enquanto Brasil lidera esforço diplomático, o presidente ucraniano desdenha de reunião com delegação russa e frustra chance de trégua

Créditos: DivulgaçãoX Volodymyr Zelensky
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O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não compareceu à negociação de cessar-fogo com uma delegação de alto-escalão da Rússia, marcada para ser na Turquia, nesta quinta-feira (15). Se tivesse sido realizada, seria a primeira reunião em que os líderes se encontrariam desde o início da guerra, em 2022.

O argumento seria de que Zelensky, mesmo estando na Turquia e tendo encontrado o presidente turco Recep Tayyip Erdogan, não iria comparecer sem a presença do presidente russo, Vladimir Putin.

Foi enviada então uma equipe de alto escalão ucraniana, liderada pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, e Zelensky ainda afirmou que considerava o nível da delegação russa “relativamente baixo”. Contudo, a delegação russa foi chefiada pelo assessor presidencial Vladimir Medinsky, que também representou o país em negociações no começo da guerra, e afirmou a jornalistas que a conversa “não depende deles” e que a Rússia está “pronta para uma troca séria de opiniões”.

“Apesar do nível relativamente baixo da delegação russa, em respeito ao presidente Trump, em respeito ao alto nível da delegação turca e ao presidente Erdogan, ainda queremos tentar dar pelo menos os primeiros passos em direção a um cessar-fogo, então decidi enviar nossa delegação a Istambul agora. (...) Nem todos estarão lá, é claro; o chefe do Serviço de Segurança e o Chefe do Estado-Maior não estarão. Mas a delegação será liderada pelo Ministro da Defesa. Apesar de seu homólogo não estar lá”, afirmou Zelensky por meio das redes sociais.

"Não depende de nós. Precisamos dos impulsos certos dos patrocinadores ocidentais. Nossa delegação tem todas as instruções e está claramente trabalhando dentro da estrutura estabelecida pelo presidente [russo Vladimir Putin]. E estamos prontos para uma séria troca de opiniões", afirmou o assessor presidencial russo, Vladimir Medinsky.

Medinsky, que chegou à Istambul nesta quinta-feira (15), também afirmou que a delegação ucraniana não apareceu para a reunião bilateral e que, mesmo assim, reuniram-se com uma equipe turca. Contudo, ainda esperam a delegação russa nesta sexta (16). “Hoje já tivemos uma reunião muito proveitosa com o chefe do Ministério das Relações Exteriores da Turquia, expliquei nossa posição”, compartilhou.

Veja a publicação de Zelensky:
 

 

Sanções à Rússia

O presidente Donald Trump e aliados europeus ainda ameaçaram novas sanções à Rússia caso não houvesse adesão à decisão proposta pelos EUA, que propõe um cessar-fogo incondicional de 30 dias.

Mediação brasileira x mediação dos EUA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o compromisso brasileiro na retomada da paz e de solucionar a guerra na Ucrânia, após criticar a prática neocolonial dos Estados Unidos, durante a ida à Rússia no começo deste mês, para participar das celebrações dos 80 Anos do Dia da Vitória.

Além disso, também falou do assunto antes de viajar, chegando a solicitar que o líder russo encerrasse a guerra na Ucrânia e retornasse ao campo político. “O mundo precisa de política, não de guerra. Você faz falta. Faltam pessoas dispostas a sentar à mesa e discutir o destino do planeta”, afirmou. 

Do outro lado, Trump pressiona por um cessar-fogo russo com a Ucrânia durante a iminência de fecharem um acordo sobre as terras raras, para colher os frutos de uma mediação do conflito. O comportamento é recorrente. Durante as sessões de reunião da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2023, os EUA também vetaram a proposta brasileira que mediava o cessar-fogo na Faixa de Gaza.

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