GLOBAL

Guerra da Ucrânia: Zelensky concorda em negociar com Putin e Trump ameaça

Encontro está previsto para a próxima quinta-feira em Istambul

Créditos: Kremlin.ru, CC BY 3.0, via Wikimedia Commons
Por
Escrito en GLOBAL el

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu no domingo que a Ucrânia aceitasse a proposta da Rússia de negociações diretas em Istambul, afirmando que um encontro presencial determinaria se a paz é possível.

A Ucrânia afirmou anteriormente que estava pronta para participar da reunião, mas apenas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, aceitasse um cessar-fogo de 30 dias proposto por Kiev e seus aliados.

Moscou e Kiev não realizaram negociações diretas desde março de 2022, pouco depois que o Kremlin lançou sua invasão em grande escala em fevereiro daquele ano.

Poucos minutos após a mensagem de Trump, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que estaria "esperando por Putin na Turquia na quinta-feira", sem afirmar se compareceria caso a Rússia não aceitasse um cessar-fogo.

"O presidente Putin da Rússia não quer um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia, mas prefere se reunir na quinta-feira, na Turquia, para negociar um possível fim do BANHO DE SANGUE", escreveu Trump em sua rede social Truth Social.

"A Ucrânia deve concordar com isso, IMEDIATAMENTE", disse ele.

Zelensky escreveu mais tarde no X: "Aguardamos um cessar-fogo total e duradouro, a partir de amanhã, para fornecer a base necessária para a diplomacia."

"Não há sentido em prolongar as mortes. E eu estarei esperando por Putin na (Turquia) na quinta-feira. Pessoalmente. Espero que desta vez os russos não procurem desculpas."

'Primeiro cessar-fogo', depois o resto

Kiev e seus aliados ocidentais afirmam que um cessar-fogo incondicional para pausar os combates é a única maneira de avançar uma solução diplomática no conflito de três anos — o pior da Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

O ataque da Rússia resultou na morte de dezenas de milhares de pessoas, na destruição de cidades ucranianas e no colapso das relações entre Moscou e o Ocidente.

Em visita a Kiev no sábado, os líderes da França, Reino Unido, Alemanha e Polônia pressionaram a Rússia — com o apoio de Trump — a se comprometer com um cessar-fogo incondicional na Ucrânia a partir de segunda-feira.

O chefe de gabinete de Zelensky, Andriy Yermak, sugeriu que Kiev só se sentaria à mesa de negociações se Moscou concordasse com o cessar-fogo a partir de segunda.

"A Rússia deve parar de atirar, depois discutiremos o resto. O presidente Volodymyr Zelensky está pronto para fazer tudo para acabar com a guerra e esperará por Putin na quinta-feira."

"E quanto a Putin? Ele está com medo? Veremos", acrescentou.

Autoridades russas e ucranianas se encontraram pela última vez em Istambul em março de 2022.

Naquela ocasião, as negociações resultaram em uma proposta de paz — posteriormente abandonada — que forçaria Kiev a adotar status neutro e renunciar a qualquer ambição na OTAN.

Desde então, os canais de comunicação só permaneceram abertos para trocas de prisioneiros de guerra e corpos.

Putin em silêncio sobre o cessar-fogo

Em uma coletiva de imprensa após a meia-noite no Kremlin, Putin não respondeu à proposta de cessar-fogo de 30 dias apresentada pelos aliados de Kiev.

Em vez disso, sugeriu retomar as negociações de Istambul, interrompidas em 2022.

"Propomos às autoridades de Kiev retomar as negociações que eles interromperam em 2022, e, enfatizo, sem quaisquer pré-condições", disse ele.

"Propomos começar (as negociações) sem demora na quinta-feira, 15 de maio, em Istambul", afirmou Putin.

"Não excluímos que, durante essas negociações, possamos concordar com algum novo cessar-fogo", acrescentou o líder russo.

Mas ele também acusou os apoiadores ocidentais da Ucrânia de quererem "continuar a guerra com a Rússia".

E sem mencionar a proposta específica de um cessar-fogo de 30 dias, ele criticou "ultimatos" europeus e "retórica antirrussa".

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, disse a Putin em uma ligação no domingo que Ancara está pronta para sediar negociações "visando uma solução duradoura".

Ao retornar da Ucrânia, o líder francês Emmanuel Macron afirmou que espera que a Rússia se comprometa com o cessar-fogo "sem impor condições".

O chanceler alemão Friedrich Merz disse que a oferta russa de negociações diretas é um "bom sinal", mas "longe de suficiente", pressionando Moscou a aceitar um cessar-fogo.

Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar

Carregar mais