Donald Trump não entregou o que prometeu aos estadunidenses durante a campanha eleitoral: seguem as guerras de Gaza e da Ucrânia, seu combate à chamada cultura "woke" resultou num gabinete lotado de "meritocratas" brancos e incompetentes, os EUA vivem um surto de sarampo sem precedentes mas, acima de tudo, não caíram os preços dos alimentos, nem da energia.
Isso refletiu na medição da popularidade do ocupante da Casa Branca depois de 100 dias no poder: de acordo com pesquisa da rede CNN, a desaprovação de Trump bateu em 59%.
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A aprovação de apenas 41% é a mais baixa para um presidente em 70 anos, de acordo com a emissora.
O número mais impressionante é o de aprovação de apenas 31% entre os eleitores que se definem como "independentes", aqueles que majoritariamente garantiram o retorno do republicano à Casa Branca.
Numa pesquisa anterior, bancada pelo New York Times, 66% dos entrevistados definiram o governo como "caótico".
Tarifaço desastroso
O tarifaço generalizado de Trump causou instabilidade nos mercados, críticas de empresários e temor dos consumidores.
Quem paga pelas tarifas são os importadores estadunidenses, que tendem a repassar o custo.
A forma como Trump lida com a economia tem aprovação de apenas 39%, com só 35% dizendo que o presidente lida bem com inflação e tarifas.
A Casa Branca tem dito que, eventualmente, acordos vão provar que Trump tinha razão ao taxar mesmo parceiros históricos, abrindo guerra comercial até com o México e o Canadá.
O problema é que o consumidor segue pagando caro nas mercearias e supermercados, um dos motivos que levaram a candidatura da democrata Kamala Harris a naufragar.
Para além disso, um gabinete desqualificado tem causado embaraços no entorno do presidente, como no caso do secretário de Defesa Pete Hegseth, um ex-âncora da Fox News elevado ao segundo cargo mais importante na hierarquia do país.
Hegseth iniciou uma caça às bruxas no Pentágono e segue dizendo que considera normal o fato de ter compartilhado segredos de Estado em ao menos dois grupos do Signal, um deles formado por sua esposa e pelo irmão Phil, que o secretário empregou como seu principal assessor.
Só 46% aprovam as indicações de Trump para formar sua equipe de governo.
Desde a posse de Trump, o dólar perdeu valor, assim com o bitcoin e as ações das chamadas Sete Magníficas, que tiveram perdas de mais de 20%.
Com isso, os estadunidenses cuja futura aposentadoria está associada a uma cesta de ações sentiram na pele as perdas de Wall Street.