LEGADO

O último ato de generosidade e solidariedade de Papa Francisco

Reconhecido por seus atos em defesa dos vulneráveis, pontífice deixa legado de compaixão ao mundo

Papa Francisco.Créditos: Vatican Media/Divugação
Escrito en GLOBAL el

Antes de falecer e já muito debilitado devido ao seu quadro de pneumonia, Papa Francisco fez seu último ato de generosidade e solidariedade e doou seus bens, avaliados em 200 mil euros (cerca de R$ 1,1 milhão), aos presos. A informação foi divulgada por Dom Benoni Ambarus, bispo responsável pela pastoral carcerária na capital italiana, à agência de notícias italiana Ansa.

Mundialmente ovacionado pelos seus atos de amor e compaixão, principalmente aos mais vulneráveis, Papa Francisco deixou um legado entre religiosos e até por quem não segue nenhuma religião. Dias antes de sua morte, o pontífice visitou detentos da prisão de Rebibbia e do centro de detenção juvenil de Casal del Marmo e realizou o  tradicional rito da Quinta-Feira Santa. 

À Ansa, o bispo Ambarus relatou como foi o último encontro com o papa e a doação feita por ele. "Eu disse a ele que tínhamos uma hipoteca alta para esta fábrica de massas e, se pudéssemos quitá-la, reduziríamos o preço do macarrão, venderíamos mais e contrataríamos mais funcionários. Ele então respondeu: 'Estou quase sem dinheiro, mas ainda tenho algo na minha conta'", contou o bispo. 

Durante a cerimônia da Quinta-Feira Santa, o papa deu atenção aos detentos, mas não conseguiu realizar o ritual de lavar os pés dos presos. Ainda assim, Ambarus afirmou que a presença do papa levou esperança aos prisioneiros. 

"Me lembro de um homem cansado, que se arrastava, mas que gritava com a sua presença a necessidade de prestar atenção aos presos. Passou por eles, até ao seu último suspiro. Foi por isso que os prisioneiros viram nele uma esperança. Um pai morreu por eles", relatou. 

Na entrevista, o bispo ainda fez questão de relembrar a abertura da Porta Santa do Jubileu 2025 na Penitenciária de Rebibbia, em dezembro de 2024. "Quando o Papa disse: 'Don Ben, venha comigo' e juntos começamos o Jubileu. Para ele, eu era apenas 'Don Ben'. Acho que ele nem sabia meu nome e sobrenome. Foi emocionante, mas principalmente para aquelas pessoas. Elas se sentiram 'vistas'", relembrou.

Por fim, o bispo também contou que começou a receber diversas mensagens dos detentos afirmando que estavam se sentindo "órfãos" do papa, e que gostariam de "colocar uma flor no túmulo de Francisco em nome deles".

Reporte Error
Comunicar erro Encontrou um erro na matéria? Ajude-nos a melhorar