O ano era 2014. O Papa Francisco, recém eleito, se encontrou com Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel. Durante a conversa, o líder do estado sionista afirmou:
“Jesus esteve aqui, nesta terra. Ele falava hebraico”, disse Netanyahu, discutindo a forte ligação entre o judaísmo e o cristianismo.
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O Papa Francisco interrompeu Netanyahu. “Aramaico”, corrigiu.
Netanyahu disse: “Ele falava aramaico, mas sabia hebraico".
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Jesus provavelmente sabia algumas expressões em hebraico, mas a língua — hoje utilizada amplamente em Israel — não era falada na região da Judeia durante a vida do profeta do cristianismo.
Veja o vídeo:
De fato, Jesus conhecia o hebraico litúrgico e diversas expressões do hebraico, mas falava e dava os seus sermões em Aramaico, língua franca da região naquele período.
Israel retira nota de pêsames
Na segunda-feira (21), a conta oficial de Israel no X publicou uma nota de pesar pela morte do Papa, mas apagasse a publicação horas depois nas redes sociais, segundo a Reuters. O Ministério de Relações Exteriores repetiu o mesmo comportamente. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu também não lamentou publicamente a morte de Francisco.
A relação entre a Santa Sé e Israel se deteriorou após o Papa Francisco demonstrar solidariedade ao povo palestino de Gaza, alvo de um genocídio que já matou mais de 51 mil pessoas desde outubro de 2023.
Diariamente, o pároco ligava para a Paróquia Católica da Sagrada Família, na Palestina, que estava sendo alvo de bombardeios de Israel.
"Eles me contam sobre o que acontece lá. É muito difícil, muito difícil", afirmou. Perguntado sobre o que dizia para os palestinos, ele dizia: "eu os escuto".
Francisco ainda abençoou, em 2024, um presépio de Natal com Jesus vestindo uma keffiyeh (lenço palestino), o que causou revolta entre os setores sionistas.